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O Perdão de Assis

Hoje, dia do “Perdão de Assis”, a santa mãe Igreja concede-nos a possibilidade de lucrar a indulgência plenária da “Porciúncula”. Para isso, basta-nos fazer uma piedosa visita à nossa matriz paroquial ou a alguma igreja catedral e recitar ali, com amor e devoção, um Pai-nosso e o Símbolo dos Apóstolos. Não nos esqueçamos de c...

Texto do episódio
02

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt
14, 22-36)

Depois que a multidão comera até saciar-se, Jesus mandou que os discípulos entrassem na barca e seguissem, à sua frente, para o outro lado do mar, enquanto Ele despediria as multidões. Depois de despedi-las, Jesus subiu ao monte, para orar a sós. A noite chegou, e Jesus continuava ali, sozinho. A barca, porém, já longe da terra, era agitada pelas ondas, pois o vento era contrário. Pelas três horas da manhã, Jesus veio até os discípulos, andando sobre o mar. Quando os discípulos o avistaram, andando sobre o mar, ficaram apavorados, e disseram: "É um fantasma". E gritaram de medo. Jesus, porém, logo lhes disse: "Coragem! Sou eu. Não tenhais medo!"

Então Pedro lhe disse: "Senhor, se és tu, manda-me ir a teu encontro, caminhando sobre a água". E Jesus respondeu: "Vem!" Pedro desceu da barca e começou a andar sobre a água, em direção a Jesus. Mas, quando sentiu o vento, ficou com medo e, começando a afundar, gritou: "Senhor, salva-me!" Jesus logo estendeu a mão, segurou Pedro, e lhe disse: "Homem fraco na fé, por que duvidaste?" Assim que subiram na barca, o vento se acalmou.

Os que estavam na barca, prostraram-se diante dele, dizendo: "Verdadeiramente, tu és o Filho de Deus!" Após a travessia desembarcaram em Genesaré. Os habitantes daquele lugar reconheceram Jesus e espalharam a notícia por toda a região. Então levaram a Ele todos os doentes; e pediam que pudessem, ao menos, tocar a barra de sua veste. E todos os que tocaram, ficaram curados.

Hoje, dia 2 de agosto, a santa madre Igreja, abrindo com materna generosidade os tesouros que por Cristo Senhor lhe foram confiados, dá a seus filhos a possibilidade de lucrar a indulgência plenária da Porciúncula, cuja origem se deve àquela ardentíssima caridade com que São Francisco de Assis, pai seráfico dos frades menores, iluminou e incendiou de amor os lugares e as almas que tiveram a alegria de o conhecer. Segundo as crônicas da Ordem, no ano de 1216, após passar a noite em profunda oração, São Francisco teve na pequenina igreja da Porciúncula, nas proximidades de Assis, uma visão de Maria Santíssima e de seu divino Filho. Perguntaram-lhe, naquela milagrosa e singular aparição, que favor ele gostaria de pedir. Zeloso pela salvação das almas, Francisco não demorou a responder-lhes: "Que todos quantos, arrependidos e devidamente confessados, vierem visitar esta igrejinha, possam receber a completa remissão de seus pecados". Jesus então lhe disse: "É grande o que me pedes; mas o concedo de bom grado, sob a condição de que vás pedir tal indulgência ao meu vigário na terra, o Papa". Francisco foi às pressas ao encontro do Pontífice reinante à época, Honório III, que, apesar das hesitações da Cúria Romana, acabou por aprovar aquele inusitado pedido. Voltando a Porciúncula poucos dias depois, o pai seráfico exclamou, com lágrimas de alegria, diante do povo e do episcopado da Úmbria: "Irmãos, quero levar-vos todos para o Paraíso!" E assim ficou instituído o chamado Perdão de Assis.

Essa indulgência, válida até os nossos dias, pode ser lucrada todo dia 2 agosto pelos fiéis que, cumprindo as condições usuais, visitarem a pequena igreja da Porciúncula, na Basílica de Santa Maria dos Anjos. No entanto, aos fiéis que não for possível realizar essa peregrinação a Igreja concede a mesma indulgência, bastando-lhes para isso, além de preencher as condições requeridas — confissão sacramental, comunhão eucarística e oração nas intenções do Santo Padre —, visitar uma igreja catedral ou a matriz paroquial e, nessa piedosa visita, recitar a Oração Dominical e o Símbolo dos Apóstolos (cf. Indulgentiarum Doctrina, normas 15-16; Manual das Indulgências, concessão n. 65). Esse privilégio se estende também a todas as igrejas franciscanas. Ouçamos, pois, o grito que o Evangelho deste dia põe na boca de São Pedro: "Senhor, salva-me!" Dirijamos a Deus essa mesma súplica e, de coração contrito, aproveitemos os dons que Ele, por intermédio de sua única e santa Igreja, hoje nos concede. Corramos a lucrar a indulgência da Porciúncula; livremo-nos do Purgatório, socorramos as almas que lá ainda padecem, abramo-nos ao perdão de Deus. — "Irmãos, quero levar-vos todos para Paraíso!", permanece a clamar o poverello de Assis a todo fiel cristão.

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