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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 11,29-32)

Naquele tempo, quando as multidões se reuniram em grande quantidade, Jesus começou a dizer: “Esta geração é uma geração má. Ela busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal de Jonas. Com efeito, assim como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim também será o Filho do Homem para esta geração. No dia do julgamento, a rainha do Sul se levantará juntamente com os homens desta geração, e os condenará. Porque ela veio de uma terra distante para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior que Salomão. No dia do julgamento, os ninivitas se levantarão juntamente com esta geração e a condenarão. Porque eles se converteram quando ouviram a pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas”.

O Evangelho de hoje nos fala do sinal de Jonas. Jesus desabafa, dizendo: “Esta geração má e perversa pede um sinal, mas não terão outro sinal a não ser o de Jonas”, e lembra inclusive a rainha do sul, a rainha de Sabá. O que Jesus quer nos ensinar com esse Evangelho?

Deus realiza sinais externos para a nossa conversão, mas esses sinais não são suficientes para que nós creiamos. O sinal externo é uma forma de Deus “gritar” e chamar a nossa atenção externamente para ver se iremos ouvir a sua voz que fala no íntimo do coração.

Santo Tomás de Aquino nos recorda que existem duas revelações, uma revelação externa e uma revelação interna.

Jesus realiza um grande milagre, por exemplo a ressurreição de Lázaro. É um grande sinal a ressurreição de um homem que já estava enterrado havia mais de três dias. A própria irmã do morto diz: “Senhor, já cheira mal”. Jesus o ressuscita, e inúmeros judeus se convertem por causa da ressurreição de Lázaro.

No entanto, os chefes dos judeus e muitos fariseus não se convertem e, o que é pior, fazem um complô para matar Lázaro. O sinal estava lá, o sinal externo; mas faltava-lhes ouvir a voz interna. Esse ouvir a voz interna é o que nós chamamos ato de fé.

Então, Jesus está chamando a atenção, neste Evangelho, para o fato de que, quando Jonas foi à cidade de Nínive, ele foi um sinal externo para Nínive. Foi um pregador até fraquinho. Levava três dias para atravessar a cidade, e Jonas simplesmente pregou durante um dia. Milagrosamente, a cidade inteira se converteu e fez penitência, inclusive os animais! Interessante ver que o sinal externo foi fraco, mas a voz interna de Deus foi ouvida.

Esse é o sinal de Jonas. Também o sinal da rainha de Sabá, que veio do sul para contemplar a sabedoria de Salomão, viu o sinal de Salomão, rei sábio e portentoso; mas a rainha não teria ouvido Salomão, se não houvesse uma ação da graça no coração dela para que percebesse o sinal.

Sim, Jesus diz: “Aqui está quem é maior do que Jonas”, e “Aqui está quem é maior do que Salomão”. Ele, o próprio Jesus, é um sinal externo clamoroso, Deus que brada a todo o universo o seu amor por nós, quanto nos quer bem, quanto nos ama.

No entanto, não iremos ouvir a Deus se não ouvirmos a voz interna que nos fala ao coração, para que, aquiescendo a essa voz, façamos um ato de fé. Eis o que precisamos fazer.

O tempo da Quaresma é um tempo especialíssimo de oração. Ora, o que há de mais essencial na oração é o ato de fé. É o ato de dialogar com Deus: eu falo com Deus, Deus me responde com sua voz interna, e eu, com um ato de fé, ouço a Deus que me fala.

Há sinais externos — a Sagrada Escritura, os milagres, os sacramentos, a vida dos santos —, mas se não houver o ato de fé interior, essa voz que grita lá fora não será ouvida internamente. “Nenhum outro sinal eu vos dou”. O sinal mesmo é a voz que sussurra suavemente dentro do coração.

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