Reverendíssimo Padre Paulo Ricardo,

Às vésperas que estamos deste dia 7 de novembro de 2019, no qual teremos a alegria de celebrar o seu 52.º aniversário natalício, queremos mais uma vez agradecer a Deus pelo dom da sua vida, do seu sacerdócio e da sua paternidade...

Mas, parando para pensar um pouco, o que nós queremos mesmo celebrar, padre, é a sua morte.

Obviamente, não estamos falando de sua morte física, tampouco sugerindo que sua vida não seja importante (o leitor entenda bem)... Acontece que, assim como uma vela não pode iluminar um cômodo sem se consumir, assim como uma árvore não pode crescer e dar fruto sem que antes a semente caia no chão e morra (cf. Jo 12, 24), a nossa alegria pelo dom da sua vida é ainda maior porque o senhor, um dia, escolheu morrer

O senhor escolheu morrer, padre, quando desde muito cedo abandonou as próprias opiniões para crer “em tudo o que crê e ensina a Santa Igreja Católica” e, assim, manter a fé que o senhor depois cuidaria de transmitir fielmente a nós, seus filhos. 

O senhor escolheu morrer, padre, quando desde pequeno pensou no sacerdócio e quis fazer-se padre, renunciando a todos os projetos que o mundo tinha para si e preferindo a eles o altar do Sacrifício.

O senhor escolheu morrer, padre, quando se prostrou diante do altar do Senhor, no dia da sua ordenação e abraçou o santo celibato como caminho de santificação.

O senhor escolheu morrer, padre, quando tomou a decisão de usar sempre sua batina preta, como mortalha e sinal do “sacrifício de um homem” que deve ser todo sacerdote.

O senhor escolheu morrer, padre, quando, ao invés de se obstinar em seus erros passados, sempre fez questão de reconhecer as próprias culpas e fraquezas, preferindo voltar atrás a trair o “mistério da fé” que lhe foi confiado. 

O senhor escolheu morrer, padre, sempre que preferiu a palavra da Igreja à sua, a sabedoria dos santos à sua, cumprindo com isso o lema de nosso site: Christo nihil praeponere, “nada antepor a Cristo”.

O senhor escolheu morrer, padre, quando trocou uma “carreira” pela árdua missão de anunciar a verdade aos bárbaros da sombria era digital, que somos nós.

E por que o senhor escolheu isso?

O senhor escolheu morrer, padre, para que tantos de nós pudéssemos viver, tornando-se com isso imagem do próprio Cristo, que veio non ministrari, sed ministrare, não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em favor de muitos. 

Por tudo isso, muito obrigado, padre! Obrigado pelo dom da sua vida e por gastá-la conosco! Obrigado por ter escolhido morrer e por continuar a fazê-lo, dia após dia, no seu ministério! 

E obrigado por nos ensinar que é assim, morrendo, que a nossa vida ganha verdadeiro sentido… Graças a esse ensinamento, também nós, seus filhos, queremos morrer.

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