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Os homens precisam de São José. As mulheres também precisam dele, mas nós vivemos numa época em que os homens estão sob ataque constante. A masculinidade é repetidamente tachada de tóxica, misógina e agressiva. A sociedade diz aos homens que eles devem ou tornar-se mais parecidos com as mulheres, ou sentar-se e ficar quietos. Eles são ridicularizados e repreendidos. Há décadas temos visto os homens serem retratados por Hollywood como crianças carentes do carinho materno de mulheres dominadoras que “sabem” mais.
Nós mesmos, dentro da Igreja, temos absorvido e até aceitado muitas das mentiras sobre os homens que são contadas por nossa cultura. Dentro de nossas paróquias, homens e mulheres são colocados uns contra os outros em disputas de poder, e as versões sentimentais da fé que são oferecidas fazem muitos homens se afastar. As mulheres queixam-se de não ter funções suficientes na Igreja e, no entanto, são elas que dominam a maior parte das equipes e ministérios nas paróquias. Os homens tomam os bancos de trás em nossas igrejas a fim de não parecermos sexistas. Às vezes, o sacerdócio cede à pressão social por não querer ser visto como parte do patriarcado corrupto que nossa cultura está constantemente nos dizendo que existe, especialmente dentro da Igreja Católica.
Após décadas de ataques aos homens e à masculinidade, a Igreja proclamou um Ano de São José — um ano para celebrar um homem, o mais santo dos homens, que foi o pai terreno de nosso Salvador, Jesus Cristo, e o esposo da mulher mais perfeita que jamais existiu, Nossa Senhora. O Espírito Santo está conduzindo a Igreja em meio aos mares tempestuosos da época presente, e Nosso Senhor está pedindo que nos voltemos a seu pai adotivo como guia. Isso é especialmente verdadeiro para os homens. Este é o momento de resgatar a autêntica masculinidade.
Nós precisamos que os homens se levantem e abracem a masculinidade que lhes foi dada por Deus. Que liderem com coração viril, ardente de zelo e amor a Deus, e ajudem a transformar nossas famílias e paróquias, a Igreja e o mundo. Essa não é uma tarefa fácil numa época em que tantos homens vêm de lares desfeitos e em que tantos deles foram ensinados, por toda a vida, a ver sua masculinidade como uma ameaça, e não como um dom portentoso dado por Deus à humanidade.
São José é o santo para conduzir os homens no caminho da santidade e em direção a uma autêntica masculinidade, que penetre as profundezas do Sacratíssimo Coração de Jesus. Homens que se dediquem à oração, ao trabalho pesado, ao sacrifício, ao bem-estar espiritual, à verdade, ao amor e ao desejo profundo de levar almas para Cristo. São José é não apenas o intercessor de que os homens precisam para suas famílias; é também o santo viril de que nossos sacerdotes precisam para reger seu rebanho como pais espirituais chamados a entregar a vida pela Igreja.
De que modo os homens podem se aprofundar no conhecimento e no amor filial a um homem que não disse absolutamente nada na Sagrada Escritura? Como o Pe. Donald Calloway destaca em seu livro “Consagração a São José: as glórias de nosso pai espiritual”, os homens podem conhecer São José através dos títulos que ele recebeu, bem como da forma como ele agiu na Sagrada Escritura. Ao olhar para os títulos que a Igreja deu a São José, os homens podem meditar sobre as virtudes e a masculinidade que ele viveu enquanto chefe da Sagrada Família.
São José, rogai por nós.
Ilustre filho de Davi, rogai por nós.
Luz dos Patriarcas, rogai por nós.
Esposo da Mãe de Deus, rogai por nós.
Casto guarda da Virgem, rogai por nós.
Sustentador do Filho de Deus, rogai por nós.
Zeloso defensor de Jesus Cristo, rogai por nós.
Chefe da Sagrada Família, rogai por nós.
A primeira seção de títulos de São José, presentes na ladainha em sua honra, diz-nos algo crucial a seu respeito. Toda a sua identidade estava enraizada em Cristo, na história da salvação e em Nossa Senhora. Ele era, primeiro e sobretudo, um homem de Deus. A autêntica masculinidade — assim como a autêntica feminilidade — só pode ser vivida na relação com Deus. É através de uma profunda união com Ele que os homens serão transformados nos santos de que precisamos.
Um homem que não tem Deus como o centro absoluto de sua vida não será capaz de viver plenamente essa vocação. Nossa cultura só não compreende mais a masculinidade de forma reta e ordenada porque abandonou a Deus. Quando nos separamos dele, nosso entendimento do que seja o homem e a mulher também se rompe. Os homens católicos devem ser homens de oração e penitência, desejosos de seguir a vontade de Deus, custe o que custar.
Podemos ver também que a masculinidade de São José alcançou a sua plenitude na relação com Nossa Senhora. Na Carta Apostólica Mulieris Dignitatem, S. João Paulo II explica como as mulheres moldam a masculinidade dos homens e os ajudam a viver suas vocações. A virilidade de São José foi aperfeiçoada através de sua íntima união espiritual no matrimônio com a Virgem Maria. É também por isso que os sacerdotes precisam de Nossa Senhora, bem como de santas mulheres unidas a ela, para moldar-lhes a masculinidade de uma maneira bela e profunda. A masculinidade é sempre vivida em relação com a feminilidade — espiritual e/ou naturalmente —, mas não deve jamais tornar-se efeminada. O mesmo vale para as mulheres em relação à masculinidade.
São José é o defensor e protetor da Sagrada Família. Com muita frequência esses atributos da masculinidade estão sob ataque. Desde o simples ato de abrir a porta para uma dama até o de salvar a vida de outrem, os homens são acusados de agressividade devido a seu instinto, dado por Deus, de defesa e proteção do próximo. Mas, independentemente do que diz ou deixa de dizer a nossa cultura, os homens de fato foram feitos para defender e proteger.
A ladainha continua com os seguintes títulos:
José justíssimo, rogai por nós.
José castíssimo, rogai por nós.
José prudentíssimo, rogai por nós.
José fortíssimo, rogai por nós.
José obedientíssimo, rogai por nós.
José fidelíssimo, rogai por nós.
Essa seção lista as virtudes que São José praticou ao longo da vida. Ele era justo, casto, prudente, corajoso, obediente e fiel. Os homens são chamados a ser fortes e gentis, puros e apaixonados, humildes e corajosos, e a submeter-se sempre à vontade de Deus na fé. A masculinidade não é simplesmente ou isto ou aquilo. Às vezes, um pai tem de ser ao mesmo tempo firme e gentil com seus filhos. Ao defender a verdade, os homens devem fazê-lo com coragem, mas de uma maneira amorosa também, que seja reflexo do Sacratíssimo Coração de Jesus. São José ajuda os homens a viverem esse aspecto ambivalente da masculinidade, que se tornou distorcido em nossa cultura.
Os últimos títulos presentes na ladainha são reflexos da vida de um discípulo cristão e mostram como São José quer conduzir os homens a vidas mais santas, em união com a Santíssima Trindade e no serviço ao próximo:
Espelho de paciência, rogai por nós.
Amante da pobreza, rogai por nós.
Modelo dos trabalhadores, rogai por nós.
Honra da vida de família, rogai por nós.
Guarda das virgens, rogai por nós.
Sustentáculo das famílias, rogai por nós.
Alívio dos miseráveis, rogai por nós.
Esperança dos doentes, rogai por nós.
Patrono dos moribundos, rogai por nós.
Terror dos demônios, rogai por nós.
Protetor da Santa Igreja, rogai por nós.
Ao reunir em sua pessoa tanto o trabalho quanto a vida de família, São José mostra aos homens como ser provedores. Para uma era de materialismo e luxo, ele é um homem de paciência e pobreza. Conduz os homens de volta ao seu verdadeiro centro, através de uma vida de singela dedicação a suas famílias e comunidades, e de serviço a Deus em cada momento do dia.
Ele também está presente àqueles homens que carregam a pesada cruz de uma doença crônica, do sofrimento e da aflição, e aos que caminham com quem está enfermo. Ele está presente na hora da morte, quando o Inimigo procura afastar as almas de Cristo por meio do medo e do desespero. Em outras palavras, São José é um amoroso pai espiritual que está com os homens em cada estágio de suas vidas e lhes ensina como estar presente junto àqueles que sofrem.
Um dos seus títulos mais apropriados para os nossos tempos é o de Terror dos demônios. Nós estamos em guerra. Vivemos uma batalha espiritual, e as almas de nossas famílias, paróquias e nações estão sob ataque. Os homens lutam e defendem na batalha. Trata-se de uma das belas e difíceis responsabilidades dos homens nesta vida: promover a guerra quando necessário. Na vida espiritual ela é necessária sempre, e nós precisamos que os sacerdotes e pais de família nos convoquem para essa luta pela salvação das almas. São José levará os homens a travar as batalhas espirituais necessárias para ganharmos almas para Cristo.
Os homens realmente precisam de São José. Nesse tempo de ataque virulento aos homens, nós, mulheres, precisamos levar os homens de nossas vidas — esposos e familiares, padres, amigos e irmãos em Cristo — a São José, a fim de que eles abracem a própria masculinidade. Não podemos continuar a envolver-nos nas disputas desordenadas de poder celebradas por nossa cultura. Nosso dever é procurar viver, lado a lado, a masculinidade e a feminilidade dadas por Deus, a fim de revelar ao mundo a complementaridade dos sexos, não apenas no Matrimônio, mas na própria humanidade. — São José, rogai por nós!
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