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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 17,20-25)

Naquele tempo, os fariseus perguntaram a Jesus sobre o momento em que chegaria o Reino de Deus. Jesus respondeu: “O Reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: ‘Está aqui’ ou ‘Está ali’, porque o Reino de Deus está entre vós”.

E Jesus disse aos discípulos: “Dias virão em que desejareis ver um só dia do Filho do Homem e não podereis ver. As pessoas vos dirão: ‘Ele está ali’ ou ‘Ele está aqui’. Não deveis ir, nem correr atrás. Pois, como o relâmpago brilha de um lado até o outro do céu, assim também será o Filho do Homem, no seu dia. Antes, porém, ele deverá sofrer muito e ser rejeitado por esta geração”.

Celebramos hoje São Martinho de Tours, um dos primeiros santos que não foi mártir. De fato, é interessante notar que, no início do cristianismo, os santos venerados eram em sua maioria mártires porque, é claro, vivia-se ainda sob a perseguição do Império Romano. Aliás, nas orações feitas a ele antigamente, a Igreja como que se desculpava, dizendo pouco mais ou menos: “Martinho que foi santo, embora não tenha sido mártir…”. Mas quem foi ele? Um soldado romano. Ainda catecúmeno, passou a cavalo perto de um mendigo a tiritar de frio. Martinho pegou então da espada, arrancou metade da capa de oficial romano e entregou-a como agasalho ao mendigo. À noite, Jesus apareceu-lhe enrolado com aquela mesma capa, a fim de significar que os atos de caridade ao próximo são, na verdade, atos de amor a Ele: Foi a mim que o fizeste. Já cristão, Martinho foi destes valorosos defensores da fé, consagrando-se a uma vida muito intensa de oração. 

O Evangelho de hoje, por sua vez, nos recorda a presença em nós do reino de Deus: O reino de Deus não vem ostensivamente. Nem se poderá dizer: Está aqui, ou Está ali, porque o reino de Deus está entre vós. É o que se lê na tradução litúrgica portuguesa. No entanto, o original grego permite outra tradução: O reino de Deus está dentro de vós, tão aceitável quanto a primeira, mas mais coerente do que ele. Afinal, se Cristo diz que o reino não vem ostensivamente, isto é, de modo externo e visível, é porque ele vem, ao menos a princípio, de modo interno e invisível. Dentro de nós. É o mistério da inabitação. Se o fiel batizado está na graça de Deus, livre de pecados mortais, nele vive Deus como amigo. É Cristo mesmo, o reino em pessoa, quem habita em nós e nos permite agir divinamente.

Se voltarmos agora o olhar para São Martinho de Tours, veremos realizado nele esse mesmo mistério. Martinho comportava-se como Cristo, agia como Ele. Pois nisto está a santidade. É santo todo o que vive o mistério deste divino Habitante. Quem está em graça, seja por ter-se batizado há pouco ou se confessado sacramentalmente, tem em si os dons do Espírito Santo, que capacitam a alma dócil e generosa a agir de modo divino, como que impulsada unicamente por Deus. Suas ações são não apenas virtuosas do ponto de vista moral e salutares do ponto de vista meritório, mas propriamente divinas. É por isso que o exemplo dos santos é tão extraordinário, no sentido preciso da palavra — fora do ordinário, ou seja, do que comumente acontece. Os santos, porém, só chegam a esse grau de docilidade a Deus, de quem se tornam como que simples instrumentos, porque cooperaram com a graça, indo muito além do estritamente devido. 

O exemplo de Martinho descrito acima, embora louvável, não é ainda o de uma caridade heroica, nascida do impulso imediato e soberano do Espírito divino, mas foi por atos como este, de superrogação, que ele chegou a santo sem ser mártir. Todos devemos, é óbvio, cumprir nossos deveres de estado e de religião, além de observar sempre os mandamentos. Mas a santidade está para além do dever: trata-se amar sem medidas porque quem ama não se contenta com mínimos e suficientes. São Martinho foi santo sem ser mártir porque viveu um martírio diário de entrega na vida monástica, na oração generosa, no serviço aos irmãos, na pregação do Evangelho, na intimidade com Deus. Agindo assim, ele começou a dar passos de gigante . Não foi mártir, mas colheu os frutos do martírio entregando-se diariamente a Deus. — O reino de Deus está dentro de nós. Que ele floresça em proporção à nossa generosidade com Deus e com o próximo, e assim florescerão em nossas vidas os dons do Espírito Santo, manifestos em atos de amor divino.

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