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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 5, 27-32)

Naquele tempo, Jesus viu um cobrador de impostos, chamado Levi, sentado na coletoria. Jesus lhe disse: “Segue-me”. Levi deixou tudo, levantou-se e o seguiu. Depois, Levi preparou em casa um grande banquete para Jesus. Estava aí grande número de cobradores de impostos e outras pessoas sentadas à mesa com eles. Os fariseus e seus mestres da Lei murmuravam e diziam aos discípulos de Jesus: “Por que vós comeis e bebeis com os cobradores de impostos e com os pecadores?” Jesus respondeu: “Os que são sadios não precisam de médico, mas sim os que estão doentes. Eu não vim chamar os justos, mas sim os pecadores para a conversão”.

Meus queridos irmãos e irmãs, é o Tempo da Quaresma e nós estamos no sábado, por isso queremos nos recordar da Virgem Maria.

Algumas pessoas podem achar que, na Quaresma, por ser um tempo cristocêntrico, não se deve falar da Virgem Maria. Porém, se olharmos na coletânea de Missas da Bem-Aventurada Virgem Maria, veremos que algumas podem ser utilizadas também no Tempo da Quaresma. Então, não estaríamos fugindo da liturgia quaresmal. Em segundo lugar, está errado quem acha que a espiritualidade mariana não é cristocêntrica, basta observarmos o mistério da compaixão de  Nossa Senhora.

Na Quaresma, somos chamados a nos recordar da Paixão de Cristo. Mas a miséria do nosso pecado e do nosso egoísmo é que, embora Cristo viva a sua dor e a sua Paixão, nós, pecadores insensíveis, não vivemos em momento algum a compaixão. Ou seja, a Igreja, quando olha para Nossa Senhora das Dores, vê o grande amor da Virgem Compadecida.

O pecado nos torna insensíveis, anestesiando-nos de tal forma que nos tornamos incapazes de sofrer por amor. Os grandes pecadores são capazes de presenciar verdadeiras carnificinas e ficar absolutamente indiferentes, como se estivessem diante de porcos sendo abatidos num matadouro.

Pois bem, Nossa Senhora é a Virgem Compadecida, que vê não só o sofrimento de seu Filho na Cruz, mas também o sofrimento do seu Filho em cada um de seus filhos crucificados pelo pecado, crucificados pela falta de Deus, crucificados pela morte e pela miséria. E é exatamente essa Virgem que se importa, que se compadece, sendo para nós um farol, um sinal luminoso de que a Quaresma precisa ser esse tempo de transformação do coração.

Como Levi, que no Evangelho de hoje, se compadece dos pobres, disposto a dar-lhes os seus bens, a Virgem Maria, no Céu, intercede por todos nós, para que também entremos nessa nova vida, de quem se importa, de quem ama e de quem se doa. Sim, porque se recebemos a vida foi para doá-la, e é exatamente a insensibilidade que nos faz sermos egoístas e não nos sacrificarmos.

A Virgem Santíssima, que é doadora de vida, ensina-nos a estar de pé ao lado da Cruz de seu Filho, compadecida, de tal forma que possamos assim ajudar a tantos irmãos e irmãs que são o Cristo que sofre mais uma vez.

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