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Como é possível viver os Dez Mandamentos?

Jesus resume os Dez Mandamentos em apenas dois: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!” e “‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo”. Mas o que isso significa em nossa vida concreta?

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 22, 34-40)

Naquele tempo, os fariseus ouviram dizer que Jesus tinha feito calar os saduceus. Então eles se reuniram em grupo, e um deles perguntou a Jesus, para experimentá-lo: “Mestre, qual é o maior mandamento da Lei?” Jesus respondeu: “‘Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma, e de todo o teu entendimento!’ Esse é o maior e o primeiro mandamento. O segundo é semelhante a esse: ‘Amarás ao teu próximo como a ti mesmo’. Toda a Lei e os profetas dependem desses dois mandamentos”.

No Evangelho de hoje, Jesus reduz a dois princípios básicos e acessíveis todo o conjunto da Lei: amar a Deus acima de tudo e ao próximo, como a si mesmo, por amor a Deus.

É interessante notar, em primeiro lugar, que a vinda de Cristo a este mundo implicou, entre outras coisas, a abolição de todos os preceitos rituais e processuais do Antigo Testamento; só permaneceu vigente o que era, e sempre será, de direito natural, ou seja: o Decálogo, que exprime em suas duas tábuas “os deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o próximo” (CIC, n. 2072).

Trata-se de obrigações morais graves que, em seu núcleo essencial, podem resumir-se ao chamado que Jesus dirige hoje a cada um de nós: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração [...] e ao teu próximo como a ti mesmo”.

O primeiro desses preceitos é cumprido quando, por causa de Deus, buscamos com toda sinceridade observar o segundo, isto é: amamos o Senhor de todo o coração quando é, por amor a Ele, que amamos ao próximo.

Disto se vê que esses dois amores, longe de se oporem um ao outro, na verdade se complementam mutuamente, porque “aquele que não ama seu irmão, a quem vê”, diz São João, “é incapaz de amar a Deus, a quem não vê” (1Jo 4, 20). É no próximo, portanto, que temos ocasião de amar concretamente a Deus, e é do amor que temos a Ele, antes de tudo, que a caridade para com nossos irmãos recebe todo o seu valor, todo o seu sentido, todo o seu mérito.

Que à nossa vida de oração não falte, pois, esse “ingrediente” essencial e indispensável a uma vida de genuína santidade: esforçar-se com todas as forças, confiante no auxílio da graça, por amar a Deus presente em nossos semelhantes.

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