Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 3, 31-36)
“Aquele que vem do alto está acima de todos. O que é da terra, pertence à terra e fala das coisas da terra. Aquele que vem do céu está acima de todos. Dá testemunho daquilo que viu e ouviu, mas ninguém aceita o seu testemunho. Quem aceita o seu testemunho atesta que Deus é verdadeiro. De fato, aquele que Deus enviou fala as palavras de Deus, porque Deus lhe dá o espírito sem medida. O Pai ama o Filho e entregou tudo em sua mão. Aquele que acredita no Filho possui a vida eterna. Aquele, porém, que rejeita o Filho não verá a vida, pois a ira de Deus permanece sobre ele”.
Celebramos hoje a Memória de São José Operário, o pai adotivo de Nosso Senhor Jesus Cristo. Isso nos dá a oportunidade de também meditarmos sobre o mistério da vida de Nazaré.
São Luís Maria Grignion de Montfort, cuja Memória recordamos no dia 28, diz que Jesus deu mais glória a Deus nos seus trinta anos escondido em Nazaré, submisso a Nossa Senhora e a São José, do que durante o período de sua vida pública, ressaltando assim a grande humildade do Verbo Divino. Deus, criador do céu, da terra e de todo o universo, trabalhou com São José numa pobre oficina, fazendo instrumentos e modelando cadeiras, mesas e portas, através de uma submissão maravilhosa.
Nós até não temos grande dificuldade de pensar em Jesus submisso à Virgem Maria, mas é difícil imaginarmos que ambos eram submissos a São José. Por isso, o fantástico da Sagrada Família é compreendermos e enxergarmos que os dois mais virtuosos e mais santos eram submissos àquele que, sem dúvida, estava cheio de santidade e bondade dentro de si, mas não era imaculado como a Virgem Maria nem era Deus como Jesus.
São José era o chefe da família e, por ter esse cargo, ensinava para o seu filho adotivo em sua carpintaria a como trabalhar e a se santificar pelo trabalho; ensinava para aquele que fez o universo e as estrelas a montar cadeiras, mesas e a aplainar tábuas. Quem sabe o Menino Jesus foi moldando aquelas cadeiras pensando em todo o trabalho que Ele faria para modelar os nossos corações! Hoje, Jesus não usa mais o martelo, o prego, a plaina ou o esquadro, e sim os sacramentos: o Batismo, a Confirmação, a Eucaristia, a Confissão, a Unção dos enfermos, a Ordem e o Matrimônio, para com esses instrumentos realizar a sua obra de transformação em nós.
São José, que ensinou a Jesus a sua arte e a sua profissão na oficina de Nazaré, treinava os dedos e as mãos habilidosas do Filho de Deus para que Ele, um dia, chegasse a nos modelar. Neste dia de São José Operário, portanto, saibamos nos santificar também e nos deixar transformar pelo Cristo; não somente pelos sacramentos, mas também pela santificação do trabalho no nosso dia a dia. Que este grande santo, padroeiro de todos os trabalhadores, interceda por nós, ensinando-nos o caminho da santificação pelo trabalho.
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