Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 12, 38-42)
Naquele tempo, alguns mestres da Lei e fariseus disseram a Jesus: “Mestre, queremos ver um sinal realizado por ti”. Jesus respondeu-lhes: “Uma geração má e adúltera busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas. Com efeito, assim como Jonas esteve três dias e três noites no ventre da baleia, assim também o Filho do Homem estará três dias e três noites no seio da terra. No dia do juízo, os habitantes de Nínive se levantarão contra essa geração e a condenarão, porque se converteram diante da pregação de Jonas. E aqui está quem é maior do que Jonas. No dia do juízo, a rainha do Sul se levantará contra essa geração, e a condenará, porque veio dos confins da terra para ouvir a sabedoria de Salomão. E aqui está quem é maior do que Salomão”.
V. 38-39. Alguns dos circunstantes, escribas e fariseus, diziam a Jesus: “Mestre queremos ver um sinal” do céu (cf. Lc 11, 16) “realizado por ti”, isto é, alguma visão celeste ou milagre esplendoroso, como os que se esperavam ver no tempo do Messias. Jesus porém, como afluíssem as multidões (cf. Lc 11, 29), respondeu-lhes: “Uma geração má e adúltera”, por ter rompido várias vezes a aliança firmada com Deus (cf. Is 1, 21; 50, 1; Ez 16; Os 2, 5 etc.), “busca um sinal, mas nenhum sinal lhe será dado, a não ser o sinal do profeta Jonas”, quer dizer, pedem milagres, não por desejo de conhecer a verdade, mas por vã curiosidade; no entanto, o Senhor se recusou a aceder ao pedido deles, nem lhes deu outro sinal além daquele que liam ter sido feito por Jonas. — Do v. 40 inferem alguns autores que Cristo se refere à ressurreição: “Com efeito, assim como Jonas […], assim também o Filho do Homem” etc.; Maldonado e, depois dele, a maior parte dos autores o interpretam em referência não tanto à ressurreição como à pregação do Reino de Deus, o que parece concordar melhor com os versículos seguintes e a versão paralela de S. Lucas: “Como Jonas foi um sinal para os ninivitas, assim o Filho do Homem o será para esta geração” (Lc 11, 30). O sinal prometido por Nosso Senhor, por conseguinte, é o próprio profeta Jonas ou, antes, a renovação em Cristo da mesma missão divina, sua milagrosa liberação da morte e a pregação do arrependimento, mas com a seguinte diferença: enquanto no tempo do primeiro Jonas os ninivitas deram dignos frutos de penitência, os fariseus se negaram a obedecer ao novo Jonas, de longe superior ao primeiro, que dele era tipo e figura. — V. 41-42. No dia do Juízo, os ninivitas e a rainha de Sabá (dos sabeus, na Arábia Feliz), indicada perifrasticamente como rainha do Sul (isto é, da parte meridional da Arábia), se levantará ressuscitada para testemunhar contra os contemporâneos de Cristo; os pagãos, com efeito, obedientes à pregação de Jonas, fizeram penitência: enquanto uma rainha veio “dos confins da terra”, isto é, de uma região longínqua, para ouvir a sabedoria de Salomão e adorar o Deus verdadeiro (cf. 1Rs 10, 1), os judeus não quiseram sequer dar ouvidos a Cristo, infinitamente maior do que Jonas e Salomão [1], por ser verdadeiramente Deus, e não um simples profeta.
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