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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 9, 1-6)

Naquele tempo, Jesus convocou os Doze, deu-lhes poder e autoridade sobre todos os demônios e para curar doenças, e enviou-os a proclamar o Reino de Deus e a curar os enfermos. E disse-lhes: “Não leveis nada para o caminho: nem cajado nem sacola nem pão nem dinheiro nem mesmo duas túnicas. Em qualquer casa onde entrardes, ficai aí; e daí é que partireis de novo. Todos aqueles que não vos acolherem, ao sairdes daquela cidade, sacudi a poeira dos vossos pés, como protesto contra eles”. Os discípulos partiram e percorriam os povoados, anunciando a Boa Nova e fazendo curas em todos os lugares.

No Evangelho de hoje, Jesus envia seus Apóstolos em missão, assim como o Pai o enviou a este mundo para anunciar a libertação aos cativos (cf. Lc 4, 19). É Ele, portanto, o primeiro apóstolo, o primeiro enviado e o primeiro legado que Deus enviou aos homens; e para que o Senhor, Verbo eterno, pudesse cumprir mediante a sua humanidade santíssima esta missão, o Espírito Santo estava constantemente sobre Ele (cf. Lc 4, 18), ungindo-o com a abundância de sua graça. Por isso, também os Apóstolos, para o serem de fato, precisam ser não apenas enviados, mas receber ainda a graça do Espírito Santo. É por este motivo que, ao escolhê-los após uma noite prolongada de oração (cf. Lc 6, 12), Jesus os quer bem perto de si: “Designou doze dentre eles para ficar em sua companhia” (Mc 3, 14), porque é só junto de Cristo que eles podem encontrar graça, verdade e força. Uma vez na companhia do Senhor, os Apóstolos são hoje enviados em missão; mas este envio é somente uma antecipação do envio por excelência, que terá lugar em Pentecostes, quando, aí, sim, o Espírito de Deus for derramado abundantemente sobre o colégio apostólico, conferindo aos Doze a plenitude do apostolado cristão, neste duplo aspecto que aqui consideramos: de um lado, o envio por parte de Cristo; de outro, a recepção da graça divina, sem a qual de nada valem os empreendimentos humanos, por maiores e mais bem intencionados que sejam. Quanto a nós, embora não sejamos “apóstolos” no sentido estrito da palavra, somos contudo verdadeiros discípulos e membros do Corpo de Cristo; temos, consequentemente, o dever de anunciar o Evangelho às pessoas que Deus colocou à nossa volta e a necessidade, para tanto, do auxílio sobrenatural da graça. Não “desnaturemos” a evangelização, iludidos pela ideia, tão falsa quanto perniciosa, de que basta esforço e boa vontade, sem contar para nada com os “métodos” que o próprio Deus instituiu ao enviar seu Filho ao mundo — a docilidade à graça, a oração, o sacrifício, o abandono irrestrito à vontade do Pai.

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