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E você? Já deu o seu sim?

Há no Evangelho não um, mas dois sermões da montanha: no primeiro, dirige-se o Senhor aos discípulos mais chegados, exortando a uma vida de perfeição os que já deram o seu “sim” à fé em Cristo; no segundo, Jesus fala também às multidões, censurando os que buscam neste mundo uma felicidade que ele não pode dar: “Ai de vós!”

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 6, 20-26)

Naquele tempo, Jesus, levantando os olhos para os seus discípulos, disse: “Bem-aventurados vós, os pobres, porque vosso é o Reino de Deus! Bem-aventurados vós que agora tendes fome, porque sereis saciados! Bem-aventurados vós que agora chorais, porque havereis de rir! Bem-aventurados sereis, quando os homens vos odiarem, vos expulsarem, vos insultarem e amaldiçoarem o vosso nome, por causa do Filho do Homem!

Alegrai-vos, nesse dia, e exultai pois será grande a vossa recompensa no céu; porque era assim que os antepassados deles tratavam os profetas. Mas, ai de vós, ricos, porque já tendes vossa consolação! Ai de vós que agora tendes fartura, porque passareis fome! Ai de vós que agora rides, porque tereis luto e lágrimas! Ai de vós quando todos vos elogiam! Era assim que os antepassados deles tratavam os falsos profetas.

Narram-nos os evangelhos dois sermões das bem-aventuranças: um pela pena de S. Mateus, outro pela pena de S. Lucas. Há quem pense tratar-se de duas versões distintas de um mesmo acontecimento, mas o contexto e os detalhes de uma e outra narrativa mostram claramente que se trata, pelo contrário, de dois discursos diferentes, proclamados em circunstâncias diferentes e com uma sensível diferença de conteúdo. No de S. Mateus, com efeito, Jesus se dirige especificamente aos discípulos, isto é, aos que, já tendo fé, aspiram a uma santidade mais perfeita e generosa. Prova disso é o número mais extenso de bem-aventuranças, abarcando não só os pontos básicos e essenciais da lei moral, mas ainda graus de perfeição mais elevados. No de S. Lucas, por outro lado, Jesus se dirige, é certo, aos discípulos, mas fala também às multidões que o seguiam (cf. Lc 6, 16), isto é, aos que ainda titubeiam, sem se decidir firmemente por uma vida de fé e conversão sincera. Sinal disso são, de um lado, o número mais modesto de bem-aventuranças — reduzidas a apenas quatro, mais fundamentais — e, de outro, a série de lamentações com que o Senhor censura e exorta à virtude os que, de costas para Deus, insistem em buscar a felicidade seja no dinheiro: “Ai de vós, ricos”; seja nos prazeres da carne: “Ai de vós que agora tendes fartura”; seja, enfim, nos afetos e honras mundanas: “Ai de vós que agora rides”. Tendo em vista essa diferença entre quem já deu os primeiros passos na fé e quem ainda não se decidiu por Cristo, devemos nós refletir e ver a que grupo pertencemos. A um e outro dirige Jesus o seu chamado, seja para converter do pecado, seja para incitar à santidade: se já demos o nosso sim, demos agora o nosso tudo; se ainda nos apegamos ao nosso não, reconheçamos que a felicidade que neste mundo buscamos só nos há de trazer tristezas, nesta e na outra vida: Ai de vós!

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