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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc
7, 19-23)

Naquele tempo, João chamou a dois dos seus discípulos e os enviou ao Senhor, para perguntar: "És tu aquele que há de vir ou devemos esperar outro?" Eles foram ter com Jesus e disseram: "João Batista nos mandou a Ti para perguntar se tu és aquele que há de vir ou se devemos esperar outro."

Naquela ocasião, Jesus havia curado a muitos de suas doenças, moléstias e espíritos malignos, e proporcionado a vista a muitos cegos. Respondeu, pois: "Ide contar a João o que vistes e ouvistes: cegos recuperam a vista, paralíticos andam, leprosos são purificados e surdos ouvem, mortos ressuscitam e a pobres se anuncia a Boa Nova. E feliz de quem não se escandaliza a meu respeito."

Temos hoje no Evangelho uma passagem de difícil interpretação. Já a fama de Jesus corria toda a Judeia e São João Batista, chamando a si dois de seus discípulos, envia-os ao Cristo para perguntar-lhe: "És tu o que há de vir ou devemos esperar por outro?" Ora, como pode o Batista, que sob os céus abertos batizara o Senhor (cf. Mt 3, 13-17), ter ainda alguma dúvida de que é Jesus o Messias aguardado? Por que manda agora o Precursor, que diante de seus seguidores dissera: "Eis o Cordeiro de Deus" (Jo 1, 36), dois mensageiros para saber se de fato era Ele o Cristo anunciado pelos profetas? Nem aos Santos Padres, com efeito, escapou a dificuldade deste trecho, e mesmo à inteligência dum Santo Ambrósio causava certa estranheza que o Batista, tendo visto o Espírito Santo repousar sobre o primo (cf. Jo 1, 32), quisesse ter mais outra confirmação de que era Ele, sim, o Cristo de Israel.

Não é João, porém, que permanece na dúvida, mas os que ainda o seguem; não é João que precisa ser enviado a Jesus, pois com Ele já se encontrara, ambos ainda encerrados no ventre de suas mães (cf. Lc 1, 39-45); são seus discípulos remanescentes, ao contrário, que ainda devem ser enviados à presença do Senhor. — Os "cegos veem, os coxos andam, os leprosos ficam limpos, os surdos ouvem, os mortos ressuscitam, aos pobres é anunciado o Evangelho" —, responde Jesus a esses dois buscadores. — Vede todas estas obras: não dão elas testemunho bastante de mim? Que mais lhes é necessário? que ainda desejais ver para entrardes enfim no Caminho cujas veredas João, a quem seguis, viera aplainar (cf. Mt 3, 3; Is 40, 3)? O Batista lhes pregara a conversão; Eu agora lhes peço todo o coração: crede em mim e vereis coisas ainda maiores (cf. Jo 1, 50), reservadas aos que o Pai me confiou!

Por suas obras, Jesus demonstra aos discípulos de João que é nEle que se cumprem as profecias, que é por Ele que a salvação vem a Israel, que é Ele, afinal, o Redentor há séculos aguardado. Mas é também o Servo humilhado e ultrajado a que alude Isaías (cf. Is 42, 1-7; 50, 4-9; 52, 13ss), a pedra de tropeço para a fé de muitos: "Bem-aventurado", diz no fim de sua resposta, "aquele para quem Eu não for ocasião de queda!" O Senhor, quebrando aqui a expectativa por um Messias político e triunfante, nos dá a conhecer o mistério de sua missão: por meio da Cruz e do sofrimento, libertar o homem da escravidão do pecado e instaurar um Reino de amor e humildade. Peçamos, pois, a este Senhor tão bom e tão amável que nos ajude a crer nos mistérios em que o Pai o tem envolvido. Que Ele, ao longo deste tempo de Advento, venha fazer no nosso pobre e sujo coração a sua manjedoura e, sob a forma frágil e pequenina de um recém-nascido, nos ajude a reconhecer o valor divino da humildade e a força salvífica e vivificante que em Cristo Jesus adquire toda dor, todo sofrimento, toda humilhação.

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