Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 9, 43-45)
Naquele tempo, todos estavam admirados com todas as coisas que Jesus fazia. Então, Jesus disse a seus discípulos: “Prestai bem atenção às palavras que vou dizer: O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens”. Mas os discípulos não compreendiam o que Jesus dizia. O sentido lhes ficava escondido, de modo que não podiam entender; e eles tinham medo de fazer perguntas sobre o assunto.
Celebramos hoje, com grande alegria, a Memória de São Vicente de Paulo, proclamado pelo Papa Leão XIII como padroeiro de todas as obras de caridade da Igreja Católica.
São Vicente de Paulo é conhecido por seu amor aos pobres, os quais ele chamava de “nossos senhores”, devido ao dever que temos de ajudá-los e servi-los. Porém, uma das características pouco conhecidas desse santo é o fato de que ele fazia tanto obras de caridade material quanto de caridade espiritual. São Vicente de Paulo cuidava de uma rede de ações caritativas e, ao mesmo tempo, importava-se verdadeiramente com a salvação das almas.
Quando foi nomeado como responsável pelas pessoas que eram condenadas a trabalhar nas galés — pena na qual os criminosos eram obrigados a remar —, ele se preocupou não só com o bem-estar físico dessas pessoas, conseguindo do rei vários indultos para que a qualidade de vida deles melhorasse, mas também com a salvação da alma dos condenados.
Essa vontade de São Vicente de levar as pessoas à conversão e a uma vida verdadeiramente cristã foi o que sempre caracterizou as obras de caridade da Igreja Católica. É importante não nos esquecermos de que as obras de misericórdia corporais só terão sentido se praticarmos também as obras de misericórdia espirituais, levando assim os ignorantes à fé, à graça de Deus e ao conhecimento da Verdade.
No século XVII, apesar das várias controvérsias religiosas, o jansenismo foi a principal heresia que atacou a França. Ela dizia, por exemplo, entre várias afirmações absurdas, que nós não somos livres para resistir à graça, ou seja, não temos liberdade para rejeitar a graça de Deus. Nesse contexto, São Vicente de Paulo, sabendo do grande mal dessa heresia, promoveu entre os bispos a condenação do jansenismo, acendendo no coração das pessoas a verdadeira fé católica; fé esta que se baseia no fato de que Deus quer que todos os homens sejam salvos e cheguem ao conhecimento da Verdade.
A graça do Senhor está sempre nos convidando para que mudemos de vida e, se não a ouvimos, é por nossa culpa. Portanto, como São Vicente de Paulo, levemos às pessoas a caridade de Cristo, que nos impele a fazer tanto o bem fisicamente aos necessitados quanto espiritualmente, porque no coração de cada homem, mesmo o mais perverso, existe graça suficiente para que ele se converta e trilhe o caminho da salvação.




























O que achou desse conteúdo?