Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 6, 53-56)
Naquele tempo, tendo Jesus e seus discípulos acabado de atravessar o mar da Galileia, chegaram a Genesaré e amarraram a barca. Logo que desceram da barca, as pessoas imediatamente reconheceram Jesus.
Percorrendo toda aquela região, levavam os doentes deitados em suas camas para o lugar onde ouviam falar que Jesus estava.
E, nos povoados, cidades e campos onde chegavam, colocavam os doentes nas praças e pediam-lhe para tocar, ao menos, a barra de sua veste. E todos quantos o tocavam ficavam curados.
Comemoramos hoje a aparição de Nossa Senhora em Lourdes, no sul da França, em 1858. Ela, a Imaculada Conceição, fez brotar de um chão imundo onde antes se criavam porcos uma fonte de água pura e cristalina, para nos lembrar que nós, embora não sejamos sem pecado como ela, temos contudo nas águas do Batismo a fonte da nossa purificação espiritual, símbolo eficaz do nosso renascimento em Cristo. Disso nos fala também, em certo sentido, os trechos iniciais do Livro do Gênese, que passaremos a ler ao longo das próximas semanas. No princípio, quando a terra ainda estava deserta e vazia, Deus enviou o seu Espírito para ordenar as águas caóticas sobre as quais pairava: sob a ação divina, o caos se torna ordem; o informe, definido; as trevas, luz. E em toda essa obra criadora, Ele serviu-se apenas do seu Verbo, que é com Ele um só Deus: “Faça-se a luz”, “Faça-se um firmamento”, “Juntem-se as águas”, “A terra faça brotar vegetação”, “Façam-se luzeiros no firmamento” etc. Do mesmo modo, é por seu Verbo, por quem tudo foi disposto “com medida, quantidade e peso” (Sb 11, 20), que Ele nos criou no início e nos pode recriar agora, depois do pecado. Se nós, por nossa culpa, introduzimos desordem e feiúra na obra belíssima de Deus, Ele porém não tem menos poder agora do que tinha no princípio para reconduzir-nos à ordem e à bondade de antanho. Peçamos, pois, à Virgem SS. de Lourdes que, por sua intercessão, nos alcance de seu Filho, o mesmo Verbo divino, a reordenação da nossa vida interior e a nossa submissão aos desígnios de Deus, que nos criou bons (cf. Gn 1, 18) e ordenados à glória do céu.
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