Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 18, 21 — 19, 1)
Naquele tempo, Pedro aproximou-se de Jesus e perguntou: "Senhor, quantas vezes devo perdoar, se meu irmão pecar contra mim? Até sete vezes?" Jesus respondeu: "Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete. Porque o Reino dos Céus é como um rei que resolveu acertar as contas com seus empregados. Quando começou o acerto, trouxeram-lhe um que lhe devia uma enorme fortuna.
Como o empregado não tivesse com que pagar, o patrão mandou que fosse vendido como escravo, junto com a mulher e os filhos e tudo o que possuía, para que pagasse a dívida. O empregado, porém, caiu aos pés do patrão, e, prostrado, suplicava: 'Dá-me um prazo! e eu te pagarei tudo'. Diante disso, o patrão teve compaixão, soltou o empregado e perdoou-lhe a dívida. Ao sair dali, aquele empregado encontrou um dos seus companheiros que lhe devia apenas cem moedas. Ele o agarrou e começou a sufocá-lo, dizendo: 'Paga o que me deves'.
O companheiro, caindo aos seus pés, suplicava: 'Dá-me um prazo! e eu te pagarei'. Mas o empregado não quis saber disso. Saiu e mandou jogá-lo na prisão, até que pagasse o que devia. Vendo o que havia acontecido, os outros empregados ficaram muito tristes, procuraram o patrão e lhe contaram tudo. Então o patrão mandou chamá-lo e lhe disse: 'Empregado perverso, eu te perdoei toda a tua dívida, porque tu me suplicaste. Não devias, tu também, ter compaixão do teu companheiro, como eu tive compaixão de ti?'
O patrão indignou-se e mandou entregar aquele empregado aos torturadores, até que pagasse toda a sua dívida. É assim que o meu Pai que está nos céus fará convosco, se cada um não perdoar de coração ao seu irmão". Ao terminar estes discursos, Jesus deixou a Galileia e veio para o território da Judeia além do Jordão.
Nascida em 1424 na vila de Campo Maior, em Portugal, Santa Beatriz da Silva foi a oitava filha de um dos principais nobres da região, Rui Gomes da Silva; descendente de duas casas senhoriais portuguesas, passou boa parte da juventude na Corte de Castela e Leão, como ama e confidente da então infanta d. Isabel. Esta, roída de inveja pela beleza singular de Beatriz, decidiu matá-la por asfixia, trancando-a num baú. Ali trancafiada, a jovem portuguesa, depois de orar fervorosamente por três dias e pedir a Deus que perdoasse à sua assassina, teve uma visão da Virgem Santíssima, que prometeu salvar-lhe a vida desde que ela fundasse uma ordem de religiosas consagradas à Imaculada Conceição. Os cortesãos, dando por sua falta, acabam por encontrá-la não só viva mas com o rosto resplandecente e fulgurante. Uma vez livre, Beatriz começa a dedicar-se, e isto por longos anos, à vida contemplativa e funda, já reunido um grupo de doze mulheres, a Ordem da Imaculada Conceição, aprovada em 1489 pelo Papa Inocêncio VIII. A formosura de seu rosto, que tanto problema causara entre os nobres e mundanos, é coberta com o véu da modéstia, do recolhimento, da humildade, da entrega total a Cristo, esposo das almas. — Que Santa Beatriz da Silva interceda por nós do alto do Céu e nos alcance a graça de termos um coração mais semelhante ao Imaculado Coração de nossa Mãe Santíssima e um rosto em que transpareça a beleza das virtudes, sobretudo da caridade.
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