Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 11, 20-24)
Naquele tempo, Jesus começou a censurar as cidades onde fora realizada a maior parte de seus milagres, porque não se tinham convertido. “Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se os milagres que se realizaram no meio de vós, tivessem sido feitos em Tiro e Sidônia, há muito tempo elas teriam feito penitência, vestindo-se de cilício e cobrindo-se de cinza. Pois bem! Eu vos digo: no dia do julgamento, Tiro e Sidônia serão tratadas com menos dureza do que vós. E tu, Cafarnaum! Acaso serás erguida até o céu? Não! Serás jogada no inferno! Porque, se os milagres que foram realizados no meio de ti tivessem sido feitos em Sodoma, ela existiria até hoje! Eu, porém, vos digo: no dia do juízo, Sodoma será tratada com menos dureza do que vós!”
Celebramos hoje a Memória de São Boaventura, um desses grandes teólogos e Doutores da Igreja que nos ensinam a amar Jesus. Quando criança, Boaventura teve uma doença. O pai, que era médico, desesperou de que a criança pudesse ser salva; mas a mãe, católica piedosa, fez uma promessa a São Francisco de Assis, e o pequeno Giovanni — nome de batismo de São Boaventura — foi curado. Mais tarde, quando São Boaventura foi para Paris, grande centro intelectual da época, conheceu pessoalmente os franciscanos e ficou fascinado por aquele movimento apostólico.
O que atraiu verdadeiramente o coração de São Boaventura? Ele mesmo nos diz: o frescor da Igreja nascente. A Igreja parecia nascer outra vez e, como Jesus, na pobreza de Belém, isto é, na pobreza franciscana. Mas não somente isso. Também havia a imitatio Christi, a imitação de Cristo, que São Boaventura via em São Francisco de Assis, realização do ideal cristão de configuração a Nosso Senhor.
Pode parecer coisa pretensiosa, mas, na verdade, o que nós temos aqui é um dado muito concreto: São Francisco de Assis, embora não fosse sacerdote ordenado, teve a graça de se configurar a Jesus de tal maneira, que recebeu no próprio corpo os estigmas de Cristo; portanto, na carne de Francisco, São Boaventura viu o que significava unir-se a Cristo.
Eis aí uma das grandes contribuições da teologia de São Boaventura e da teologia franciscana, a centralidade da virtude da caridade. Enquanto em outras teologias se enfatiza muito a fé ou outras virtudes, a vontade ardente, a chama de amor é típico da Ordem seráfica.
Com efeito, quando amamos uma coisa, de certo modo nos transformamos nela; logo, se eu amo a baixeza, eu me transformo em vileza. Quem se entrega ao pecado, à sujeira, a coisas mundanas, vai se tornando cada vez mais feio, cada vez mais tremendo e mais horroroso; mas, para quem ama Jesus, o amor é a ação do Espírito Santo, que acende no coração fiel a chama do amor, labaredas que o vão consumindo e transformando em Cristo, até que se possa dizer como São Paulo: “Vivo, mas não eu; é Cristo quem vive em mim” (Gl 2, 20).
Quem conheceu São Boaventura dizia que ele era um homem tão bom e tão afável, que bastava estar com ele para que se comovessem os corações. Que mais se poderia dizer de um homem configurado a Cristo?
Que São Boaventura nos ilumine e conceda-nos a graça do Espírito Santo, que nos configura a Cristo e verdadeiramente nos une a Ele como esposa ao esposo num só corpo. São Francisco, de certo modo, foi um só corpo com Jesus. Se Boaventura, se não recebeu os estigmas, pela bondade do coração alcançou semelhante configuração a Cristo, com quem se fez uma só realidade: “Vivo, mas não eu; é Cristo quem vive em mim”.
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A biografia e os ensinamentos de São Boaventura estão publicados no maravilhoso livro HISTÓRIA DA FILOSOFIA CRISTA! Escrito por Philotheus Boehner e Etienne Gilson!
Belíssima reflexão, que nos leva ao céu. Obrigada!
Ajudai-nos,São Francisco!!!
Ajudai-nos, São Boaventura!!!
A realizar seus preclaros ensinamentos e imetemos sua ardente caridade.
Vou imitar a mãe de São Boaventura e tb fazer uma "promessa ".
"OXALÁ OUVÍSSEIS HOJE A SUA VOZ..."
Amém!