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O mais belo jardim de Deus

A espiritualidade carmelita, como o próprio nome dá a entender, consiste fundamentalmente em viver uma das mais lindas vocações do cristão: a de ser, pela graça divina, um jardim ameno e aprazível, onde Deus tem as suas delícias e gosta de passear.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 12, 46-50)

Naquele tempo, enquanto Jesus estava falando às multidões, sua mãe e seus irmãos ficaram do lado de fora, procurando falar com ele. Alguém disse a Jesus: “Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora, e querem falar contigo”. Jesus perguntou àquele que tinha falado: “Quem é minha mãe, e quem são meus irmãos?” E, estendendo a mão para os discípulos, Jesus disse: “Eis minha mãe e meus irmãos. Pois todo aquele que faz a vontade do meu Pai, que está nos céus, esse é meu irmão, minha irmã e minha mãe”.

Com alegria, principalmente para nós que usamos o santo escapulário, celebramos hoje a Festa de Nossa Senhora do Carmo. Por que temos devoção à Virgem Maria com o título de Nossa Senhora do Carmo? O Carmelo é uma montanha em Israel na qual alguns monges, antigamente, se dedicaram à vida contemplativa. Unidos a Deus pela oração contínua, viveram de forma singular um dos grandes mistérios da fé católica: a alma do justo, isto é, de quem está em estado de graça, é como o jardim das delícias de Deus.

Estamos diante de uma verdade de fé. Se estamos em estado de graça, dá-se em nós o mistério da inabitação, Deus vivo em nossa alma como um amigo. Deus, é claro, está em todos os lugares, mas não está em todos do mesmo modo. Se estamos em graça, existe no nosso coração a caridade divina e, portanto, existe amizade. Deus, amor infinito, nos ama; logo, se temos em nós alguma caridade, então amamos a Deus de volta. E Ele se compraz nisto.

Daí, a intuição de que Deus mora feliz no nosso coração como quem passeia por um jardim. Na terra de Jesus, semi-árida e quase desértica, um jardim é um alívio, um lugar de frescor onde realmente se está bem. Ora, os monges do Carmelo tinham fisicamente à disposição o jardim da montanha, e a alegria que eles experimentavam ao passear cá fora os levou a encontrar dentro de si um mistério mencionado nas Sagradas Escrituras: a alma do justo é como um jardim em que Deus gosta de passear. Sim, o Senhor gosta de estar conosco, gosta da nossa amizade.

Se é verdade, então, que a alma do justo é como um jardim, qual é o mais belo de todos eles? É a alma de Nossa Senhora, o seu Coração Imaculado. Ela é a rosa mais linda do jardim do Carmelo. De todos os justos em cuja alma Deus gosta de passear, Maria é o jardim predileto — decor Carmeli, a beleza do Carmelo. É isto que celebramos nesta Festa de Nossa Senhora do Carmo: a alegria de Deus em passear no Coração de Maria, e a alegria de Maria em fazer do seu Coração o jardim em que ela cultiva a caridade divina.

Protegidos por ela, pelo manto sagrado da Virgem Maria e pelo Santo Escapulário, podemos dizer que somos uma espécie de viveiro protegido onde ela vai cultivando e não deixa que as aves roubem as sementes que Deus lá depositou. Nossa Senhora, o coração que Deus gosta tanto de visitar, protege-nos com seu manto sagrado e quer fazer de nosso coração também o jardim das delícias de Deus.

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