Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 11, 37-41)
Naquele tempo, enquanto Jesus falava, um fariseu convidou-o para jantar com ele. Jesus entrou e pôs-se à mesa. O fariseu ficou admirado ao ver que Jesus não tivesse lavado as mãos antes da refeição. O Senhor disse ao fariseu: “Vós, fariseus, limpais o copo e o prato por fora, mas o vosso interior está cheio de roubos e maldades. Insensatos! Aquele que fez o exterior não fez também o interior? Antes, dai esmola do que vós possuís e tudo ficará puro para vós”.
A singular importância de S. Teresa d’Ávila entre os demais santos da Igreja Católica se deve não somente à sua perfeição espiritual, mas também ao seu papel como instrumento providencial de Deus — numa época em que o luteranismo, varrendo boa parte da Europa, afastava a muitos do caminho da verdadeira fé — para indicar a todos os fiéis que caminho devem eles percorrer para alcançar a santidade. S. Teresa é importante, noutras palavras, não apenas por ter sido santa, mas por ter ensinado como alguém se torna santo. O seu famoso Livro da Vida, escrito inicialmente para a instrução de suas monjas, é uma descrição clara, a um tempo humana e divina, dos passos que cada alma deve dar neste caminho de amor que chamamos santidade. Sabemos que, ao redigir o Livro da Vida, Teresa não chegara ainda ao “final” do percurso; foi só depois de sua visão da alma humana, elaborada mais tarde de forma sistemática nas suas Moradas, que ela nos pôde deixar constância desses estágios últimos do progresso espiritual que conhecemos como vida mística em mais alto grau. E o que caracteriza todo esse itinerário, de fases e provações tão distintas, é a presença constante da oração, mas não de qualquer oração. Não se trata, pois, de práticas de piedade, de ir à Missa todos os dias, de recitar o Ofício divino, de rezar o Terço, a Hora Santa, o Angelus etc. etc. Tudo isso, é claro, tem a sua importância e não deve ser deixado de lado; mas no que insiste S. Teresa é na centralidade da oração mental, íntima, recolhida, esse trato de amizade com Aquele por quem sabemos ser muito amados. É este, e não outro, o verdadeiro caminho de perfeição que todos nós, sejamos leigos, padres ou religiosos, estamos chamados a trilhar, caminho que, de fé em fé, nos conduz por vias certas a uma intimidade cada vez mais profunda com Cristo e a uma configuração cada vez mais plena com o seu amorosíssimo Coração. — Que S. Teresa d’Ávila, Virgem e Doutor da Igreja, interceda por nós, instrua-nos com seus escritos e ajude-nos a trilhar, por sua intercessão, o mesmo caminho que ela tão sabiamente nos descreveu: “Amor con amor se paga”.
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