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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 17, 11-19)

Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram a seu encontro. Pararam à distância, e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”.

Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano.

Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.

A Igreja celebra hoje a memória de um de seus grandes Doutores: S. Alberto Magno, mestre do Aquinate e um dos maiores luzeiros da intelectualidade medieval. S. Alberto, antes mesmo de ser ordenado sacerdote, já se dedicava ao estudo das ciências naturais, especialmente da biologia, na Universidade de Pádua, fundada em 1222, trinta e um anos depois de seu nascimento. Tão grande era o seu amor pelo saber que, embora consciente de sua vocação religiosa, acabou por adiar seu ingresso na Ordem dos Pregadores com o fim de progredir ainda mais nas ciências humanas. Uma visão de Nossa Senhora, porém, fê-lo tomar logo o hábito e, uma vez chegado a Bolonha, entregar-se ao estudo da teologia sagrada. Tornou-se monge com já alguma idade, entre os trinta ou trinta e seis anos de idade, e irá viver até os oitenta e sete, sobrevivendo assim ao seu mais dotado e conhecido aluno, Santo Tomás de Aquino, Doutor Comum da Igreja, em quem soube incutir não só o zelo por todo tipo de conhecimento, mas também a convicção de que é do mesmo Deus, Criador de todas as coisas, que procedem harmonicamente as verdades de ordem tanto natural como sobrenatural, de maneira que não há nem pode haver contradição entre o que nos diz a Revelação cristã, de um lado, e o que nos demonstram os saberes profanos, de outro. Com efeito, a razão e a fé, como diz o Papa S. João Paulo II, “constituem como que as duas asas pelas quais o espírito humano se eleva para a contemplação da verdade” (Encíclica “Fides et Ratio”, de 14 set. 1998, pr.), que a nossa alma é capaz de enxergar sob duas luzes distintas: a luz natural da razão e a luz sobrenatural da fé, infundida em nós como um dom inefável de Deus e alimentada, de dia para dia, pela correspondência à graça divina. Que S. Alberto Magno interceda hoje por nós, e de modo particular pelos que se dedicam às ciências, e nos ajude a evitar tanto o racionalismo, que atribui à inteligência humana forças que ela por si mesma não possui, como o fideísmo, “que não reconhece a importância do conhecimento racional e do discurso filosófico para a compreensão da fé” (S. João Paulo II, op. cit., n. 55) e para demonstrar os preâmbulos que preparam o espírito humano, movido pelo Espírito Santo, para assentir convenientemente às verdades reveladas.

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