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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 7, 21-29)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. Naquele dia, muitos vão me dizer: ‘Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos? Não foi em teu nome que expulsamos demônios? E não foi em teu nome que fizemos muitos milagres? Então eu lhes direi publicamente: Jamais vos conheci. Afastai-vos de mim, vós que praticais o mal.

Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!”

Quando Jesus acabou de dizer estas palavras, as multidões ficaram admiradas com seu ensinamento. De fato, ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os mestres da lei.

A Igreja recorda hoje aquele que, nas palavras do Venerável Papa Pio XII, é “honra da Igreja oriental e defensor preclaríssimo da Virgem Mãe de Deus” (Encíclica “Orientalis Ecclesiæ”, de 9 abr. 1944, n. 1), S. Cirilo de Alexandria, que no séc. V combateu vigorosamente a heresia nestoriana, condenada oficialmente no terceiro Concílio ecumênico, celebrado em Éfeso no ano de 431. Para o então Patriarca de Constantinopla, Nestório, a união em Cristo das naturezas humana e divina era apenas acidental, e não hipostática, e por isso deviam admitir-se em Nosso Senhor duas pessoas distintas, e não uma, como crê e confessa a santa fé católica e ortodoxa. Nesse sentido — pensava Nestório —, Jesus seria verdadeiro homem, no qual a divindade estaria presente ou por simples inabitação ou por certa conformidade de afetos entre a vontade de Cristo e a do Verbo divino, de forma que a pessoa de Jesus, por um lado, e a do Filho de Deus, por outro, constituiriam uma unidade meramente moral, mas não ontológica.

Assim, a bem-aventurada Virgem Maria deveria ser considerada Mãe de um homem, e não Mãe de Deus e, pela mesma razão, deveria ser chamada pelos fiéis de Cristótoco, e não Teótoco; de Cristípara, e não Deípara. Este erro, que é não só uma desonra à Virgem SS., mas uma verdadeira e própria heresia contra os fundamentos cristológicos da fé cristã, é mantido ainda hoje pelos cismáticos caldeus, chamados por isso de nestorianos, e por não poucos protestantes que, apesar de crerem na divindade de Cristo, se recusam a reconhecer a maternidade divina de Maria, seja por simples aversão ao catolicismo, seja por não compreenderem de fato como o humano e o divino estão unidos em Nosso Senhor em unidade de pessoa, sem mescla nem confusão.

Contra este gravíssimo erro, a Igreja é constante em afirmar que a bem-aventurada Virgem Maria é e deve ser honrada e exaltada como Mãe de Deus. Por isso, “se alguém não confessar que o Emanuel é Deus no sentido verdadeiro e que, portanto, a santa Virgem é deípara (pois gerou segundo a carne o Verbo que é de Deus e veio a ser carne), seja anátema” (Concílio de Éfeso, cân. 1: DH 252). Renovando hoje, sob os auspícios de S. Cirilo de Alexandria, nossa fé na maternidade divina de Nossa Senhora, reafirmemos com igual constância e firmeza nossa fé na divindade de Jesus Cristo, verdadeiro Deus e verdadeiro homem, “nascido de Maria segundo a carne, por ter tomado dela o santo corpo dotado de alma racional ao qual também estava unido segundo a hipóstase” (2.ª carta de S. Cirilo de Alexandria a Nestório: DH 251) e no qual podemos e devemos honrá-lo e adorá-lo como nosso Deus e Senhor, como nosso Salvador e grande Amor.

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