Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 7, 21.24-27)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Nem todo aquele que me diz: ‘Senhor, Senhor’, entrará no Reino dos Céus, mas o que põe em prática a vontade de meu Pai que está nos céus. Portanto, quem ouve estas minhas palavras e as põe em prática, é como um homem prudente, que construiu sua casa sobre a rocha. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos deram contra a casa, mas a casa não caiu, porque estava construída sobre a rocha. Por outro lado, quem ouve estas minhas palavras e não as põe em prática, é como um homem sem juízo, que construiu sua casa sobre a areia. Caiu a chuva, vieram as enchentes, os ventos sopraram e deram contra a casa, e a casa caiu, e sua ruína foi completa!”
Com alegria, celebramos hoje a memória de S. Francisco Xavier, padroeiro das missões juntamente com S. Teresinha do Menino Jesus. Que maravilha celebrar S. Francisco Xavier no meio do Advento! Por quê? Porque um missionário, na verdade, é quem causa o advento de Cristo na vida de outros. S. Francisco Xavier, com 35 anos de idade, discípulo de Inácio de Loyola, foi enviado para o Oriente, às Índias, a fim de evangelizá-las. Em Goa, de colonização portuguesa, começou a ver que os cristãos que lá estavam viviam muito longe da amizade de Cristo. Longe de casa, de suas famílias e mulheres, esses aventureiros portugueses viviam uma vida tão devassa e tremenda que chegava a escandalizar os próprios pagãos. S. Francisco Xavier põe então mãos à obra e começa a converter os próprios cristãos. E, nessa dinâmica espiritual de conversões, ele começa a tocar também o coração dos gentios. Seu trabalho estende-se pela Índia, acompanhado de portentos e milagres. De fato, no seu processo de canonização foram atestadas 24 ressurreições! Trata-se, realmente, de um missionário que evangelizou, como os primeiros Apóstolos, com sinais e prodígios. Mas esses sinais e prodígios eram somente um “dedo” que apontava para o grande mistério.
Na Índia, diante de tantos milagres e portentos, os sacerdotes brâmanes procuram S. Francisco para que lhes revele o segredo por trás daquele poder. Os sacerdotes brâmanes, acostumados a pensar que tais poderes seriam sempre esotéricos (isto é, secretos e misteriosos), prometem a Francisco Xavier: “Se nos revelares o segredo, prometemos não contá-lo a ninguém mais”. S. Francisco Xavier respondeu: “Ora, pelo contrário: dir-vos-ei donde vem todo esse poder, que é de Jesus Cristo, e quero que o anuncieis a todo o mundo, porque o Evangelho há de ser proclamado sobre os telhados. Não o escondais, não escondais: antes, revelai-o a todos!” Os sacerdotes brâmanes, naturalmente, pensaram que Francisco os estaria caçoando porque, afinal de contas, se é tão precioso o Evangelho, não deveria estar à disposição de todos… Eis aqui uma característica do cristianismo, da Santa Igreja Católica: Nosso Senhor Jesus Cristo — poderíamos dizer — fundou o primeiro projeto educacional universal. Em outras culturas, a educação era sempre privilégio de uma elite; para nós, cristãos, conhecer a verdade é para todos, pois a verdade não deve ficar escondida, mas brilhar para todos. Todos precisam conhecer a verdade, aproximar-se do amor de Cristo! S. Francisco Xavier, que converteu e batizou milhares de pessoas, continuou sua evangelização até chegar ao Japão, onde fundou algumas comunidades na cidade de Nagasaki, em uma região que iria florescer em grandes mártires. Francisco Xavier morreu na China, diante daquele continente inexplorado, e até hoje estamos nós aqui a rezar e pedir a Deus que converta a China e dê àquele povo a verdade do Evangelho. — Que S. Francisco Xavier nos inspire a ser verdadeiros missionários, que, mesmo sem partir para terras distantes, proclamem a verdade de Cristo sobre os telhados.
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