Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 13, 16-17)
Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Felizes são vossos olhos, porque vêem, e vossos ouvidos, porque ouvem! Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que estais vendo, e não viram; desejaram ouvir o que estais ouvindo, e não ouviram”.
Ao celebrar hoje a memória de S. Joaquim e Sant’Ana, pais de Nossa Senhora, a Igreja nos permite recordar que foi através do nascimento de Maria SS. que se pôde cumprir em plenitude a promessa feita outrora ao rei Davi. Como este quisesse edificar um templo para Javé, alojado até então “sob um tabernáculo improvisado” (2Sm 7, 6), Deus prometeu-lhe por boca do profeta Natã: “O Senhor anuncia-te que quer fazer-te uma casa” (2Sm 7,11), isto é, uma descendência real, da qual nasceria tempos mais tarde o Messias de Israel. A casa de Davi começará a erguer-se a partir do seu primeiro sucessor, o rei Salomão, com quem terá início (cf. 1Rs 2, 19) uma instituição típica da dinastia davídica, a saber: a concessão do posto de rainha à mãe do monarca, chamada em hebraico gebirah, que quer dizer “Rainha Mãe”. Por ter muitas concubinas, dentre as quais era praticamente impossível escolher uma para reinar ao seu lado, Salomão entronizou a própria mãe, Betsabé, a quem deu não só um trono à sua direita, mas a reverência devida a uma verdadeira rainha e senhora. Esta instituição, que perdurará até o exílio babilônico, encontra-se atestada nas séries genealógicas dos sucessores de Davi, sempre nomeados com suas mães. É manifesto, portanto, que ao transmitir a Cristo seu próprio sangue [1], herdado de S. Joaquim e Sant’Ana, descendentes de Davi, Maria SS. é com todo direito Rainha dos céus e da terra, já que seu Filho é Senhor de toda criatura, das que estão na terra, embaixo e acima dela. Que o nosso coração possa hoje se alegrar com a memória dos santos pais da Virgem bendita, escolhidos desde a eternidade para dar à luz a Mãe do Verbo encarnado, preservada por singular privilégio de toda mancha de pecado. E que S. Joaquim e Sant’Ana, intercedendo por nós do céu, mostrem-nos o rosto sempre propício de sua filha imaculada, pela qual, em cumprimento das profecias, a salvação finalmente entrou no mundo.
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