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Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 17, 11-19)

Aconteceu que, caminhando para Jerusalém, Jesus passava entre a Samaria e a Galileia. Quando estava para entrar num povoado, dez leprosos vieram a seu encontro. Pararam à distância, e gritaram: “Jesus, Mestre, tem compaixão de nós!” Ao vê-los, Jesus disse: “Ide apresentar-vos aos sacerdotes”.

Enquanto caminhavam, aconteceu que ficaram curados. Um deles, ao perceber que estava curado, voltou glorificando a Deus em alta voz; atirou-se aos pés de Jesus, com o rosto por terra, e lhe agradeceu. E este era um samaritano.

Então Jesus lhe perguntou: “Não foram dez os curados? E os outros nove, onde estão? Não houve quem voltasse para dar glória a Deus, a não ser este estrangeiro?” E disse-lhe: “Levanta-te e vai! Tua fé te salvou”.

1. Amar a Deus em tudo e em todos. — Celebramos hoje a memória de S. Martinho de Tours, um dos primeiros santos da Igreja a ser venerado sem ser mártir. É interessante notar que as primeiras orações dedicadas a S. Martinho quase que pedem desculpas: “Embora não seja mártir, nós a ele rezamos e o veneramos…”. Este grande santo, que fora soldado romano antes de tornar-se monge e, depois, bispo e sucessor dos Apóstolos, nos dá um exemplo forte, exemplo do quanto devemos amar a Cristo em tudo e por tudo e encontrar o amor de Cristo em todas as coisas que fazemos. Sim, porque é nisto que consiste o amor a Deus sobre todas as coisas. Muitos se perguntam como hão de amar a Deus sobre todas as coisas, com todo o seu coração, com toda a sua alma, com toda a sua força. Como fazê-lo na prática? Porque, afinal, é preciso amar também ao próximo: à esposa, ao marido, aos filhos, aos pais… Que fazer para amar a Deus de todo o coração? É simples: amar Jesus em tudo aquilo que se ama, e quando não for possível amá-lo no que se ama, tem-se um sinal de que isto, na verdade, não deve ser amado. É preciso encontrar Jesus em tudo.

2. O exemplo de Martinho. — S. Martinho é um exemplo luminoso disso, porque ele, ainda soldado romano, antes de consagrar-se a Deus, ao passar um dia pela rua, às costas de seu cavalo de oficial, viu um mendigo a passar frio. No meio do inverno, Martinho pegou seu manto de soldado, cortou-o com a espada e deu-lho em agasalho para que o mendigo se aquecesse. À noite, durante a oração ou em sonhos, Martinho viu Jesus envolto naquele mesmo manto, para o fazer compreender o que Ele já havia ensinado no evangelho de Mateus, na parábola do Juiz pastor: “Foi a mim que o fizestes” (Mt 25, 40). Cada ato de amor que fazemos por Cristo, com Cristo e em Cristo é, de fato, um ato de amor a Deus de todo o coração. Sigamos, pois, o exemplo luminoso de S. Martinho. Antigamente, chamava-se aos mártires a amar a Deus sobre todas as coisas e, neles, este amor era evidente, porque tinham, de um lado, todas as coisas e, de outro, a Deus, e eram obrigados a escolher: escolhendo a Deus, perdiam todas as coisas. Mas como é que nós, que, pelo menos por enquanto, não somos mártires podemos fazer esta de escolha, amando a Deus sobre todas as coisas, com todo o nosso coração, com toda a nossa alma, com todo o nosso entendimento, com todas as nossas forças? Olhemos de novo para o exemplo luminoso de S. Martinho de Tours, em quem vemos que cada pequena atividade, cada coisa que fazemos, temos de fazê-la em Cristo, com Cristo e por Cristo. Um dia, estaremos diante do justo e maravilhoso Juiz, que nos irá acolher e, olhando para nós, dizer: “Foi a mim que o fizestes”.

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