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Memória dos Santos Mártires de Cunhaú e Uruaçu

O sangue dos mártires de Cunhaú, fortalecidos pela graça, nos recorda o zelo ardentíssimo que devemos ter pela Sagrada Eucaristia, na qual adoramos verdadeiramente a Cristo, vivo e glorioso, e pela qual hemos de estar dispostos a derramar o nosso sangue.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 10,1-12)

Naquele tempo, o Senhor escolheu outros setenta e dois discípulos e os enviou dois a dois, na sua frente, a toda cidade e lugar aonde ele próprio devia ir.

E dizia-lhes: “A messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Por isso, pedi ao dono da messe que mande trabalhadores para a colheita. Eis que vos envio como cordeiros para o meio de lobos. Não leveis bolsa nem sacola nem sandálias, e não cumprimenteis ninguém pelo caminho! Em qualquer casa em que entrardes, dizei primeiro: ‘A paz esteja nesta casa!’ Se ali morar um amigo da paz, a vossa paz repousará sobre ele; se não, ela voltará para vós. Permanecei naquela mesma casa, comei e bebei do que tiverem, porque o trabalhador merece o seu salário. Não passeis de casa em casa.

Quando entrardes numa cidade e fordes bem recebidos, comei do que vos servirem, curai os doentes que nela houver e dizei ao povo: ‘O Reino de Deus está próximo de vós’.

Mas, quando entrardes numa cidade e não fordes bem recebidos, saindo pelas ruas, dizei: ‘Até a poeira de vossa cidade, que se apegou aos nossos pés, sacudimos contra vós. No entanto, sabei que o Reino de Deus está próximo!’ Eu vos digo que, naquele dia, Sodoma será tratada com menos rigor do que essa cidade”.

Em outubro de 2017 o Papa Francisco elevou à honra dos altares trinta mártires brasileiros, mortos em 1645 perto de Cunhaú e Uruaçu, no Rio Grande do Norte, por holandeses calvinistas que ocupavam à época parte do Nordeste do nosso país. Terrivelmente massacrados por se recusarem a negar a fé católica, estima-se que os mortos pelos invasores sejam por volta de setenta; destes, ao menos dois eram sacerdotes: André de Soveral, nascido em São Vicente, e Ambrósio Francisco Ferro, português de origem. Os relatos da época nos narram as horríveis e espantosas torturas a que foram submetidos estes heróis da fé, cuja fortaleza e perseverança não se podem explicar senão pela certeza, obra sobrenatural da graça, de que só a Igreja Católica Apostólica Romana é a única e verdadeira Igreja de Jesus Cristo, porque só nela se preserva ininterrupta a sucessão apostólica e só nela estão presentes os meios, instituídos pelo mesmo Cristo, para a nossa santificação: os sacramentos. Ora, toda essa riqueza foi deitada a perder pelos protestantes, que no seu afã mais revolucionário do que “reformador” acabaram jogando fora o sacerdócio católico e, com ele, todo o sistema sacramental que o próprio Filho de Deus, divino carpinteiro das almas, tão sabiamente elaborou. Como náufragos em pleno alto mar, Lutero, Calvino e seus sequazes preferiram desprezar o bote salva-vidas, fiando-se apenas do próprio critério a, com humilde e doce obediência à vontade do Senhor, permanecer na única Barca de Pedro, onde os cristãos têm ao alcance da mão todos os recursos necessários para atravessar o mar revolto deste século e chegar, incólumes, ao porto da eterna salvação. Que os santos André de Soveral, Ambrósio Ferro e seus companheiros mártires nos alcancem de Deus a graça de sermos católicos firmes e convictos, empenhados em viver de forma coerente a doutrina do Evangelho e em rezar confiadamente pela conversão dos hereges.

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