Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 8, 23-27)
Naquele tempo, Jesus entrou na barca, e seus discípulos o acompanharam. E eis que houve uma grande tempestade no mar, de modo que a barca estava sendo coberta pelas ondas. Jesus, porém, dormia.
Os discípulos aproximaram-se e o acordaram, dizendo: “Senhor, salva-nos, pois estamos perecendo!” Jesus respondeu: “Por que tendes tanto medo, homens fracos na fé?” Então, levantando-se, ameaçou os ventos e o mar, e fez-se uma grande calmaria. Os homens ficaram admirados e diziam: “Quem é este homem, que até os ventos e o mar lhe obedecem?”
Quando Jesus acabou de dizer estas palavras, as multidões ficaram admiradas com seu ensinamento. De fato, ele as ensinava como quem tem autoridade e não como os mestres da lei.
Celebramos hoje, com grande alegria, a memória de Santo Irineu de Lião, bispo, mártir e Doutor da Igreja, que combateu o gnosticismo durante a sua vida.
O gnosticismo contra o qual combateu Santo Irineu é um pouco diferente daquilo que hoje nós vemos no século XXI, mas existem pontos comuns entre eles e, por isso, é importante aprendermos com Santo Irineu a como combater tais ideias.
Santo Irineu, na sua obra Adversus Hæreses, esforçou-se para convencer os católicos de que eles não devem seguir os intelectuais que se acham superiores o suficiente para dizer que são ignorantes e erradas as interpretações dos Evangelhos feitas pelos bispos e pelo Magistério dos Papas.
Eis aí o que faziam os gnósticos na época de Santo Irineu e fazem os gnósticos de hoje. Eles desqualificam o Magistério tradicional de dois mil anos da Igreja — presente nas Encíclicas dos Papas, nos Concílios ecumênicos e no ensinamento constante da Igreja —; e acham que precisamos de novas ideias, porque o Magistério está ultrapassado.
Os gnósticos de hoje já não são mais pessoas que fazem parte de uma seita secreta; eles são muitas vezes professores universitários, com seus livros e seus artigos escritos em revistas respeitáveis. É possível observar isso em certos confrontos que acontecem principalmente na Igreja européia e na Igreja alemã, onde doutores, detentores de cátedras universitárias, acham-se superiores para julgar os bispos que são fiéis à Tradição do Magistério.
Foi exatamente para defender o Magistério dos bispos e Papas, sucessores dos Apóstolos, que Santo Irineu escreveu as suas obras e derramou seu sangue. Também nós devemos estar dispostos a derramar o nosso sangue para proteger a fé dos Apóstolos. Não deixemo-nos enganar pelas artimanhas de quem quer desclassificar o Magistério perene dos Papas.
Os gnósticos pensam que sua fé é diferente e atualizada, como se aquilo que era verdade tivesse deixado de ser verdadeiro; o que antes era erro e falsidade agora tivesse se tornado verdade luminosa. Entretanto, isso está completamente errado! A Verdade de Cristo nunca mudará.
Santo Irineu se deu ao trabalho de fazer a lista dos Papas para mostrar que nossa fé vem desde São Pedro, passando para Lino, Cleto, Clemente, e assim sucessivamente, de modo que aquilo que um ensinou os outros ensinaram e continuam ensinando.
Portanto, ignoremos esses “sabichões” gnósticos, que se dizem superiores e intelectuais, e permaneçamos fiéis à fé dos Apóstolos, porque essa é a fé de dois mil anos que nos conduz à Cristo. Por ela, podemos derramar nosso sangue, dizendo: “Creio em tudo o que ensina a santa Igreja Católica, no seu Magistério perene de dois mil anos. Novidades de gnósticos modernos? Vamos dispensá-las”.
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