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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 21, 20-25)

Naquele tempo, Pedro virou-se e viu atrás de si aquele outro discípulo que Jesus amava, o mesmo que se reclinara sobre o peito de Jesus durante a ceia e lhe perguntara: “Senhor, quem é que te vai entregar?” Quando Pedro viu aquele discípulo, perguntou a Jesus: “Senhor, o que vai ser deste?”

Jesus respondeu: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa isso? Tu, segue-me!” Então, correu entre os discípulos a notícia de que aquele discípulo não morreria. Jesus não disse que ele não morreria, mas apenas: “Se eu quero que ele permaneça até que eu venha, que te importa?”

Este é o discípulo que dá testemunho dessas coisas e que as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro. Jesus fez ainda muitas outras coisas, mas, se fossem escritas todas, penso que não caberiam no mundo os livros que deveriam ser escritos.

Neste segundo sábado de junho, mês em que recordamos com especial carinho o Sagrado Coração de Jesus, vale a pena dirigirmos o olhar para o Imaculado Coração de Maria, não só por ser hoje um dia tradicionalmente consagrado à Virgem SS., mas por estarmos celebrando este ano o 90.º aniversário da aparição de Nossa Senhora à Irmã Lúcia no convento de Tuy, na Espanha. O que há de peculiar nessa aparição é o fato de a Virgem de Fátima ter mostrado a Lúcia o seu Coração Imaculado, não segundo a sua representação habitual, rodeado de rosas ou espadas, mas cercado por uma coroa de espinhos, à semelhança do Coração de Cristo. Esse pequeno detalhe nos indica que o Coração de Maria encontra-se tão configurado ao de seu Filho, que já não é o seu Coração que ela traz dentro do peito, mas, sim, o de Jesus Cristo: já não é mais Maria quem ama; é Cristo quem ama nela e por meio dela. Pois é isso que representa o simbolismo, tão caro à piedade católica, dos sagrados Corações: a capacidade que têm Jesus e Maria de amar; e se a Virgem quis dar-nos a entender que o Coração de seu Filho é agora também o seu, não há como duvidar que a sua caridade não é outra senão a do próprio Cristo. Não é isso nem um exagero nem um desrespeito à Nossa Senhora, como se ela houvesse “perdido” algo de si; é, ao contrário, a realização plena e perfeitíssima daquilo que Deus quer operar em cada fiel — aumentar e divinizar a tal ponto a nossa capacidade de amor e sacrifício, que possamos chegar a dizer como S. Paulo: “Eu vivo, mas já não sou eu; é Cristo que vive em mim” (Gl 2, 20). Em Cristo, a caridade foi infinita e divina desde o início; a de Maria, naturalmente, cresceu e se aperfeiçoou ao longo de sua vida na terra, chegando a alturas que santo algum jamais poderá superar; e a nossa, que é tão imperfeita e “atrofiada”, a devemos exercitar dia a dia, suplicando ao Espírito Santo que purifique com o seu fogo divino tudo o que impede ou dificulta nossa plena configuração a Nosso Senhor, de modo que o seja de agora em diante o seu Coração, gerado em nós com a ajuda de Maria SS., a amar, adorar, reparar e sacrificar-se pela salvação do mundo. — Ó doce Coração de Jesus, sede o meu amor! Ó doce coração de Maria, sede a minha salvação!

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