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O Espírito convencerá o mundo

“É bom para vós que eu parta; se eu não for, não virá até vós o Defensor; mas, se eu me for, eu vo-lo mandarei. E quando vier, ele demonstrará ao mundo em que consistem o pecado, a justiça e o julgamento”.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 16, 5-11)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Agora, parto para aquele que me enviou, e nenhum de vós me pergunta: ‘Para onde vais?’ Mas, porque vos disse isto, a tristeza encheu os vossos corações. No entanto, eu vos digo a verdade: É bom para vós que eu parta; se eu não for, não virá até vós o Defensor; mas, se eu me for, eu vo-lo mandarei. E quando vier, ele demonstrará ao mundo em que consistem o pecado, a justiça e o julgamento: o pecado, porque não acreditaram em mim; a justiça, porque vou para o Pai, de modo que não mais me vereis; e o julgamento, porque o chefe deste mundo já está condenado”.

Os versículos que a Igreja hoje proclama, extraídos do capítulo 16 do Evangelho segundo S. João, referem-se à promessa do Espírito Santo. Depois de falar do ódio que o mundo devotará a seus discípulos, Jesus afirma antes de tudo (v. 5-7) que será bom para nós que Ele parta; porque, se Ele não voltar para o Pai, não virá até nós o Paráclito. Este era, pois, o decreto da SS. Trindade: que primeiro viesse o Filho e, depois de sua morte e ascensão, fosse enviado o Espírito Santo para a salvação e santificação dos homens. Eis porque o evangelista tinha escrito antes: “Ainda não fora dado o Espírito, visto que Jesus ainda não tinha sido glorificado” (Jo 8, 39). Em seguida (v. 8-11), Jesus explica em que consiste a vitória que os discípulos, iluminados e fortalecidos pelo mesmo Espírito, terão sobre o mundo que os odeia: “Quando ele vier, convencerá o mundo a respeito do pecado, da justiça e do juízo”. O Espírito demonstrará ao mundo, em primeiro lugar, o que é o pecado: “Não acreditaram em mim”, isto é, o crime em que incorre o mundo (representado aqui pelo povo judeu) é a infidelidade, ou seja, não acreditar no único que o pode salvar; demonstrará, em segundo lugar, o que é a justiça: “Vou para o Pai”, quer dizer, a santidade é estar unido a Deus pela fé (“não mais me vereis”) informada pela caridade, e não a mera observância de alguns ritos exteriores, como tendiam a pensar os israelitas; demonstrará, enfim, o que é o juízo: “O chefe deste mundo já está condenado”, ou seja, convencerá o mundo do castigo de que é digno, e de que será realmente condenado ao inferno, como já o foi Satanás, quem não deixar enquanto ainda é tempo o caminho da infidelidade. O pecado, portanto, é estar separado de Cristo, por causa da falta de fé; a justiça verdadeira é estar unido a Ele pelos vínculos de uma fé sincera e uma caridade limpa, derramada em nossos corações pelo Espírito Santo; e o juízo é a condenação imposta ao demônio no tribunal da cruz, onde Cristo saiu vencedor, apesar de sua aparente “derrota”, e da qual também nós sairemos vencedores, se perseverarmos na fé que é princípio da santidade e exercitarmos a caridade sem a qual ninguém há-de entrar no Reino de Deus.

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