Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Marcos
(Mc 16, 15-18)
Naquele tempo, Jesus se manifestou aos onze discípulos, e disse-lhes: “Ide pelo mundo inteiro e anunciai o evangelho a toda criatura! Quem crer e for batizado será salvo. Quem não crer será condenado. Os sinais que acompanharão aqueles que crerem serão estes: expulsarão demônios em meu nome, falarão novas línguas; se pegarem em serpentes ou beberem algum veneno mortal não lhes fará mal algum; quando impuserem as mãos sobre os doentes, eles ficarão curados”.
Celebramos hoje, com grande alegria, a Festa da Conversão de São Paulo, o Apóstolo dos gentios.
Não é consolador saber que, quando Deus faz um bem a alguém, este bem serve de proveito para muitos outros? A conversão de São Paulo é um exemplo claro disso, pois Deus a fez pensando na conversão de todos nós. Ora, com exceção daqueles que são de raça judaica, estamos na condição da maioria dos cristãos, que não fazem parte do povo judeu, mas ainda assim receberam o Evangelho a partir do apostolado de São Paulo, responsável por levar o Evangelho por toda a Europa.
Na sua segunda viagem missionária, São Paulo ouviu o apelo de Deus através de um macedônio que lhe apareceu em visão, dizendo: “Venha ajudar-nos”. Então ele atravessou da Ásia para a Europa e pregou o Evangelho em Filipos. Ali começou a história da evangelização da Europa; portanto, de Portugal; portanto, do Brasil. É ainda mais extraordinário pensar que, se São Paulo, recebido em muitos lugares com bastonadas, cadeias e perseguições, não tivesse se convertido, nossa história seria bem diferente.
Quase todos os cristãos conhecem o relato da conversão de São Paulo, mas talvez não tenham meditado o suficiente para ver o quanto ela é excepcional. Quando não era convertido, ele não buscava nem a Jesus Cristo nem a verdade, e perseguia sem piedade os cristãos. No entanto, quando foi alcançado por Nosso Senhor, São Paulo fez exatamente aquilo que disse em sua Carta aos Filipenses, dirigida à primeira comunidade europeia: “Irmãos, não penso que eu mesmo o haja alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fl 3, 13s).
Antes mesmo de nós buscarmos a Deus, Ele já nos buscava, e antes mesmo de alcançarmos a verdade cristã, Cristo nos alcançou com a sua graça. Portanto, façamos como São Paulo, que deixou para trás tudo aquilo que ele tinha socialmente, começou a seguir aqueles a quem ele mesmo perseguia, acabou com sua boa estima perante os sumos sacerdotes, com os anciãos, e abandonou a carreira, porque considerou tudo isso um lixo, e se lançou para a frente para tentar alcançar a Jesus Cristo.
Que esse homem santo e fantástico interceda por nós do Céu, para que a conversão dele não seja sem fruto para a nossa conversão e o seu esforço alcance também o lançamento que nós todos precisamos fazer em direção ao Redentor.
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