Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 19, 13-15)
Naquele tempo, levaram crianças a Jesus, para que impusesse as mãos sobre elas e fizesse uma oração. Os discípulos, porém, as repreendiam. Então Jesus disse: “Deixai as crianças e não as proibais de vir a mim, porque delas é o Reino dos Céus”. E depois de impor as mãos sobre elas, Jesus partiu dali.
Tem início hoje a conhecida Quaresma de S. Miguel, período de penitência que os fiéis livre e generosamente decidem percorrer como forma de preparação para a festa dos Santos Arcanjos Miguel, Gabriel e Rafael, a celebrar-se em fins de setembro. Apesar de não ser um tempo “oficial” dentro do Ano Litúrgico, o costume bastante piedoso de mortificar-se ao longo dos quarenta dias antecedentes à festa de São Miguel vem desde pelo menos o séc. XIII e conta entre os seus principais propagadores com ninguém menos que S. Francisco, o poverello de Assis. Trata-se, com efeito, não de uma obrigação, à qual todos os fiéis cristãos — pelo dever de penitência que os obriga e pela obediência devida filialmente à Igreja — tem de submeter-se, mas de uma decisão livre e generosa por fazer um pouco mais, por ir um pouco além daquilo que, por dever de justiça, nos é exigido. É meio de crescermos no amor a Deus, amando-O não apenas com um amor servil — que, embora imperfeito, não se pode desprezar —, mas com um amor verdadeiramente filial, com um amor de quem O ama como a um Pai muito querido. É meio, enfim, de nos fazermos como crianças, simples e despojadas, que o Senhor quer em torno de si. Não nos limitemos a guardar os Mandamentos; antes, amemos generosa e abundantemente, dando tudo o que temos e possuímos, com um espírito pobre que só deseja amar e servir ao seu Senhor. A Virgem SS., tão unida a S. Miguel no relato do Apocalipse, se alegrará de ajudar-nos neste combate, comunicando-nos, como tesoureira de Cristo, as graças que Ele tão arduamente nos mereceu.
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