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O que São Joaquim e Sant’Ana nos ensinam?

O santo casal Joaquim e Ana entrou para a história da salvação não só por ter recebido de Deus um filho na velhice e na esterilidade, mas por dar à luz a Virgem Maria, concebida sem mancha de pecado, para ser a Mãe do Filho de Deus encarnado.

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 13,16-17)

Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos: “Felizes sois vós, porque vossos olhos veem e vossos ouvidos ouvem. Em verdade vos digo, muitos profetas e justos desejaram ver o que vedes, e não viram, desejaram ouvir o que ouvis, e não ouviram”.

Com grande alegria celebramos hoje a Memória de São Joaquim e Sant’Ana. Hoje é o dia dos avós, justamente porque eles foram os avós de Nosso Senhor Jesus Cristo. Pois bem, o que a memória de São Joaquim e Sant’Ana nos ensina?

Conta a tradição que São Joaquim e Sant’Ana eram um casal piedosíssimo, porém estéril, não conseguiam ter filhos. Milagrosamente — mais do que milagrosamente, misteriosamente —, é concebida a Virgem Maria no ventre de Sant’Ana. Nossa Senhora nasceu de um relacionamento normal entre São Joaquim e Sant’Ana, mas acontece que um milagre aconteceu: o fato de que Sant’Ana era estéril e nasceu a Virgem Maria.

Não somente: no ventre dela acontece um milagre da graça — o maior milagre da graça —, a Imaculada Conceição da Virgem Maria. Então, celebrar São Joaquim e Sant’Ana é, de alguma forma, nos colocarmos debaixo da luz da Imaculada Conceição. Deus faz os milagres da graça, que são muito maiores que os milagres da natureza.

Foi milagre da natureza que, do ventre estéril de Sant’Ana, brotasse vida; mas foi milagre da graça que, no mundo do pecado, brotasse o maior amor que já houve no coração de uma criatura. Já, desde o ventre de Sant’Ana, a alma da Bem-aventurada Virgem Maria esteve agraciada, cheia de graça (κεχαριτωμένη), pronta para dar o fruto do amor, o fruto grandioso do amor que ela terá por Deus. A caridade foi infundida desde o primeiro instante, com tal abundância, que nós nem temos notícia. Ou seja: se nós considerarmos toda a graça que foi dada aos anjos e aos santos, podemos dizer que é menor do que a graça que a Virgem Maria recebeu no primeiro instante de sua concepção no ventre de Sant’Ana.

Até aqui, uma reflexão meditativa sobre o mistério. Mas em que isso nos diz respeito? Como isso toca a nossa vida? Nós não temos a superabundância da graça de Maria. No entanto, temos a graça, por isso devemos saber apreciar a graça de Deus que há em nós quando estamos em estado de graça.

A graça de Deus está lá, pronta para operar, pronta para realizar algo em nós, porque, assim como na pequena Virgem Maria no ventre de Sant’Ana, a graça esteve presente mas sem ser operativa, porque um feto e, menos ainda, um embrião, no primeiro momento das células, ainda não são capazes de colocar o amor em ato. Também em nós existe essa mesma realidade, ou seja, já existe a graça, pronta para entrar em ato, pronta para frutificar: é a graça santificante.

É aí que precisamos da ajuda de Deus. Precisamos pedir a Deus: “Senhor, o vosso amor já está plantado no meu coração. Fazei, Senhor, com que ele passe da potência ao ato, passe de ser capacidade a ser realidade ativa. Eu quero vos amar, Senhor”.

Podemos pedir a ajuda de São Joaquim e de Sant’Ana. Foram eles que ensinaram a Virgem Maria a colocar em ato esse amor. Sant’Ana é retratada sentada com a Virgem Maria ao lado, ensinando aquela potência de amor, que era a Virgem Maria, a se tornar em ato a alma humana que mais amou a Deus neste mundo. Tudo isso, ensinada por Sant’Ana e por São Joaquim! Peçamos a eles e à Virgem Maria que também nós saiamos da potência e da capacidade de amar para, de fato, amar e nos entregar concretamente a Nosso Senhor.

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