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Texto do episódio
04

Podem-se distinguir dois tipos de ciúmes: o virtuoso, que é “ciúme” em sentido algo impróprio, e o desordenado, que é o que todos costumam entender por ciúme. O primeiro é aquele que Deus mesmo tem em relação às criaturas. Ele sabe que o homem, ao amá-lO de todo o coração e acima de todas as coisas, encontrará em Si a fonte da própria felicidade. É bom para o homem amar a Deus. Mas também o homem é capaz de sentir este “ciúme” santo. Quando o amor humano é não só verdadeiro, mas se alça pela graça às alturas do sobrenatural, tem em vista o bem do outro, enchendo-se de zelo, antes de tudo, pela sua salvação.

Entretanto, nem sempre o que se vê nos corações é este bom “ciúme”, mas um outro afeto, disforme e nocivo, que recebe propriamente o nome de ciúme. É frequente, com efeito, que o amor humano se veja motivado mais pelo egoísmo que pelo desejo de ver o bem do amado, ainda que à custa do próprio. Poderíamos dizer que, se o “ciúme” bom se preocupa em saber “como é que você fica?”, o ciúme mau, o ciúme que corrói tantas relações, se descompõe e descabela por saber “como é que eu fico?” O primeiro se dói pelo mal que o amado se faz; o segundo, fechado sobre si mesmo, pelo mal que lhe é feito.

Eis que por que o ciúme mau, isto é, o ciúme em sentido próprio, se baseia na falta de um reto amor próprio. Quem não se ama, ou se ama fora da ordem devida, costuma sentir-se inseguro, ameaçado, sempre carente das provas, nunca suficientes, de amor alheio. Para que haja pois um amor saudável aos outros é necessário primeiro saber amar-se a si mesmo. Daí dizerem os antigos que uma caridade em ordem começa pelo amor de si: Caritas bene ordenata incipit a semetipso.

Se é verdade que não se pode dar o que não se tem, é evidente que ninguém pode amar se não se amar. Do contrário, transforma-se a pessoa numa sorte de “sumidouro” que tudo quer tragar, sorver, capitalizar, como se não tivera fundo. Por não ter uma personalidade madura, um caráter centrado, um coração posto no lugar, o ciumento escora-se nos outros, como se o mundo fosse obrigado a fazê-lo feliz, a sentir o amor que nem ele se consegue dar. 

A dificuldade pois do ciumento está mais em si do que nos outros: falto de auto-estima, não vê o próprio valor, valor tão alto, tão precioso, que valeu o Sangue de um Deus feito homem… Sim, todos têm suas misérias; sim, às vezes os que amamos nos fazem mal, mas nunca podemos pôr em dúvida o amor que Deus nos tem, amor tão perfeito e eficaz, que torna boas e amáveis as próprias coisas que ama. Sim, o Amor nos ama e, amando-nos, faz-nos amáveis e dons para os demais: saibamos amar-nos pelo amor santíssimo que Deus nos tem, e assim saberemos pagar com a moeda da caridade as faltas de amor com que às vezes recompensam o nosso “ciúme”, faltas de que nós mesmos, tantas vezes, também fomos culpados.

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