Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 8, 1-11)
Naquele tempo, Jesus foi para o monte das Oliveiras. De madrugada, voltou de novo ao Templo. Todo o povo se reuniu em volta dele. Sentando-se, começou a ensiná-los. Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus trouxeram uma mulher surpreendida em adultério. Levando-a para o meio deles, disseram a Jesus: "Mestre, esta mulher foi surpreendida em flagrante adultério. Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres. Que dizes tu?"
Perguntavam isso para experimentar Jesus e para terem motivo de o acusar. Mas Jesus, inclinando-se, começou a escrever com o dedo no chão. Como persistissem em interrogá-lo, Jesus ergueu-se e disse: "Quem dentre vós não tiver pecado, seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra". E tornando a inclinar-se, continuou a escrever no chão.
E eles, ouvindo o que Jesus falou, foram saindo um a um, a começar pelos mais velhos; e Jesus ficou sozinho, com a mulher que estava lá, no meio, em pé. Então Jesus se levantou e disse: "Mulher, onde estão eles? Ninguém te condenou?" Ela respondeu: "Ninguém, Senhor". Então Jesus lhe disse: "Eu, também, não te condeno. Podes ir, e de agora em diante não peques mais".
O episódio narrado no Evangelho desta segunda-feira é de todos conhecido. Terminada a Festa dos Tabernáculos (cf. Jo 7, 37ss), alguns fariseus arrastam aos pés de Jesus uma mulher surpreendida em adultério e Lhe perguntam, com ânimo doloso, a que punição ela deve ser submetida. Ciente, porém, da astúcia que os movia, Cristo perdoa a adúltera e impede que se lhe aplique a pena de apedrejamento, prescrita na Lei por Moisés (cf. Dt 22, 20s e 23s; Lv 20, 10). Lida sob a perspectiva geral do capítulo oitavo de São João, ao longo do qual se vai acentuando o tema do sacrifício expiatório do Senhor, a perícope de hoje nos convida a pôr-nos no lugar daquela infeliz mulher e a reconhecer que, por causa de nossos pecados, somos verdadeiramente dignos de morte (cf. Rm 1, 32).
É Cristo quem, tomando sobre si a pena devida às nossas faltas, nos liberta da escravidão do pecado e, portanto, daquela morte que não morre, quer dizer, da condenação eterna. Ao olhar para o rosto daquela pobre pecadora jogada a seus pés, Jesus viu a cada um de nós; por isso, o perdão que depois lhe oferece se estende também aos que, antes mesmo de virem ao mundo, seriam a causa de sua dolorosa Paixão. A sentença de Cristo é, pois, contra o pecado, e não contra o pecador: "Podes ir, e de agora em diante não peques mais". Peçamos, pois, a este misericordiosíssimo Juiz que nos dê a graça de arrepender-nos de todo coração de todos os nossos pecados e, restituídos à amizade com Deus, nunca mais voltarmos a ofendê-lO.
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