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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 16,16-20)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Pouco tempo ainda, e já não me vereis. E outra vez pouco tempo, e me vereis de novo”. Alguns dos seus discípulos disseram então entre si: “O que significa o que ele nos está dizendo: ‘Pouco tempo, e não me vereis, e outra vez pouco tempo, e me vereis de novo’, e: ‘Eu vou para junto do Pai?’”. Diziam, pois: “O que significa este pouco tempo? Não entendemos o que ele quer dizer”. Jesus compreendeu que eles queriam interrogá-lo; então disse-lhes: ‘Estais discutindo entre vós porque eu disse: ‘Pouco tempo e já não me vereis, e outra vez pouco tempo e me vereis?’ Em verdade, em verdade vos digo: Vós chorareis e vos lamentareis, mas o mundo se alegrará; vós ficareis tristes, mas a vossa tristeza se transformará em alegria”.

Continuamos a leitura do evangelho de São João. É a Última Ceia, e Jesus faz seu discurso de despedida. Estamos, pois, na reta final do Tempo Pascal. Hoje, quinta-feira, celebra-se na Igreja do mundo inteiro a Ascensão do Senhor; no Brasil, porém, a solenidade é transferida para o domingo seguinte.

Em todo caso, é interessante recordar que hoje é dia da Ascensão, porque nós estamos a quarenta dias da Páscoa. Jesus encerra, quarenta dias depois, suas aparições, que tinham por finalidade ressuscitar a fé dos Apóstolos. Agora Jesus sobe aos céus e pede aos discípulos que não se afastem de Jerusalém.

Assim começa a novena de todas as novenas: a novena de Pentecostes. As novenas existem na Igreja Católica exatamente por causa destes dias. Jesus sobe aos céus no quadragésimo dia, uma quinta-feira. Contam-se nove dias, e então é Pentecostes, o quinquagésimo dia. Então, os dias que medeiam entre a Ascensão do Senhor e Pentecostes são dias em que a Igreja se une em oração pedindo o Espírito Santo.

Ora, pedir a inspiração do Espírito Santo é algo que devemos fazer sempre, como parte do dia a dia. No entanto, na novena de Pentecostes, segundo a pedagogia do caminho de santidade da Igreja, devemos intensificar esse pedido. Por isso, ao longo desses dias, uma oração que deveríamos recitar com gosto é o “Veni Creator”. Trata-se de um hino composto entre os séculos VIII e IX, provavelmente escrito por Rábano Mauro, no qual se invoca o Espírito Santo como Criador: “Veni Creator Spiritus”.

Por que dar esse título ao Espírito Santo? Se formos ao início da Sagrada Escritura, no primeiro capítulo, veremos que, “no princípio, Deus criou o céu e a terra”, mas “a terra estava vazia” ou caótica. É exatamente no caos primitivo que o Espírito do Senhor paira sobre as águas. Ou seja, o Espírito Santo é quem vai transformar o caos em cosmos, a desordem em ordem.

Essa imagem, pois, do Espírito que, com suas asas, paira sobre as águas caóticas nos lembra exatamente do Batismo, no qual recebemos o Espírito Santo em abundância pela primeira vez.

Lembra-nos também do batismo de Jesus. O Senhor desceu às águas do Jordão, simbolizando as águas caóticas primitivas, então o céu se abriu e o Espírito Santo, em forma de pomba, veio sobre Ele. Eis de novo a imagem das asas do Espírito Santo, agora sobre Cristo e sobre nós. Peçamos a Deus que renove o dom do Espírito Santo.

Você, que recebeu o Espírito Santo no Batismo; você, que recebeu o Espírito Santo no sacramento da Crisma ou Confirmação, inicie a novena de Pentecostes com muito fervor. Peça a Ele que nos reconduza a um novo início, para que novamente o caos do nosso mundo interior, de nossas paixões desordenadas, seja colocado em ordem.

A palavra “cosmos” quer dizer ordem e beleza; daí vem a palavra “cosmético”, porque é algo belo. O Espírito quer realizar uma bela obra em todos nós, e nada mais belo do que amar a Deus de todo o coração.

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