Dando continuidade ao nosso curso "Por que não sou protestante", estudaremos na aula de hoje algumas consequências eclesiológicas do mistério da Encarnação, ao qual dedicamos os últimos dois encontros. De modo mais específico, meditaremos o fato de a Igreja ser, segundo uma denominação que já se tornou corrente, o Corpo Místico de Cristo. Baseado nas Sagradas Escrituras e no ensinamento constante dos Santos Padres, esse conceito exprime, na precisão de sua brevidade, tanto a nobreza quanto as inumeráveis riquezas que o próprio Filho de Deus quis comunicar à sua santa e imaculada Esposa, a Igreja Católica.
Ora, se remontarmos à origem do gênero humano, veremos que, de acordo com o relato do Livro do Gênesis, o pai da humanidade foi constituído em tal condição e dignidade que, ao transmitir à sua descendência a vida do corpo, lhe daria também, como feliz e grata herança, a vida sobrenatural da graça. Como porém o pecado entrasse no mundo, todos os filhos de Adão, debilitados pela Queda de seu progenitor, perderam a participação da natureza divina e, sujeitos à "corrupção que a concupiscência espalha no mundo" (2Pd 1, 4), tornaram-se por natureza "destinados à ira" (Ef 2,...