Após termos visto que é na negação da communicatio idiomatum que radicam fundamentalmente todas as objeções à doutrina católica feitas pelos protestantes, estudaremos na aula de hoje de que modo Nosso Senhor Jesus Cristo foi constituído o único e verdadeiro mediador entre Deus e os homens.
De fato, do que dissemos até agora se pode depreender o seguinte. Em razão da união hipostática, as naturezas divina e humana coexistem de tal modo unidas e inconfusas na pessoa eterna do Verbo que, conservando cada uma delas aquilo que lhes é próprio, podemos afirmar haver no Filho de Deus a mais perfeita comunhão entre o humano e o divino. A natureza humana de Jesus, com efeito, existe como uma verdadeira e íntegra humanidade assunta na divina pessoa do Verbo feito carne (cf. Jo 1, 14), desde sempre inteiro no que é seu e para sempre inteiro no que é nosso [1].
Dessa maravilhosa e inefável união, pela qual o Filho de Deus, sem deixar de ser o que era, dignou-se assumir o que somos, decorre que Cristo, uma única pessoa em duas naturezas, deve ser honrado e adorado com uma só adoração. Ora, se bem que a humanidade do Senhor tenha sido criada, devemos contudo adorá-la com a...