Quem quer que se diga católico já foi alguma vez confrontado com as incontáveis perguntas que os protestantes das mais variadas denominações costumam lançar-nos à cara. "Não se podem adorar imagens!" "Por que vocês idolatram o Papa?" "Cristo é o único Mediador!" Essas são algumas das inúmeras contestações que, sempre ouvidas e incansavelmente repetidas, fazem titubear a fé de não poucos católicos.
Embaraçados em meio a tantas interrogações — feitas muitas vezes com uma indignação pouco favorável ao diálogo franco e sereno —, os fiéis acabam perdendo a chance de se perguntarem, diante de Deus e de suas próprias consciências: "Afinal, por que motivo sou católico, e não protestante? Qual é, enfim, a minha identidade?" Fazemo-nos reféns de perguntas periféricas e, à busca de respostas apressadas, deixamos sem solução um problema mais fundamental, a saber: a razão mesma de nossa pertença a uma Igreja que, desde suas origens, é por todos rechaçada e de todos os lados fustigada. É a essa reflexão que queremos dedicar o presente curso.
Com efeito, é curioso notar que, apesar da desunião que lhes é característica, basicamente todas as igrejas que, por hábito e...