Apresentamos na aula passada o problema que procuraremos enfrentar ao longo dos próximos encontros, bem como as motivações que nos impelem a fazê-lo. Vimos que, de acordo com o teólogo protestante Karl Barth, todas as razões que se costumam levantar para não se tornar católico podem reduzir-se a um único e fundamental princípio: a analogia entis. A intenção deste curso, também já o deixamos claro, não é analisar o pensamento de Barth nem tampouco mostrar como se lhe pode responder à luz da doutrina católica. Pretendemos tão-somente, a exemplo dele, chegar também nós ao motivo básico por que, para os católicos, o protestantismo é de todo inaceitável.
Trata-se, por assim dizer, de encontrarmos a premissa primeira da qual a boa parte das denominações protestantes, por maiores que sejam os desacordos entre elas, costumam haurir em comum suas objeções à Igreja Católica. Afinal de contas, por que não aceitam elas a Sagrada Tradição? Por que desprezam a devoção à Virgem Maria? O que as leva a negar a origem divina da Igreja e a instituição dos sete Sacramentos? Como, enfim, conseguem cingir-se tão ferrenha e exclusivamente à Sagrada Escritura, a ponto de negarem ensinamentos...