Estamos discorrendo sobre masculinidade e paternidade. Vimos primeiro a dimensão física manifesta no fenótipo e nos hormônios. Em seguida, tratamos brevemente do funcionamento do cérebro, com o que adentramos o campo da psicologia. Como é a psicologia masculina e em que medida ela se expressa no comportamento do homem?
Em 1996, ao tornar-me reitor de seminário, comecei a estudar o tema e pedi a um padre, psicólogo mais experimentado, que me indicasse bons livros a respeito de paternidade e masculinidade. Ele me orientou a ler uma obra de Antoine Vergote, padre e psicólogo da Universidade Gregoriana, de Roma. Em um estudo transcultural, Antoine recolheu dados de entrevistas com aborígenes na Austrália, na África e na América, com executivos de Nova York e cidadãos europeus, a fim de rastrear o que significa, psicologicamente, ser pai.
Ele chegou à conclusão de que o pai, em numerosas culturas, representa antes de tudo ordem. Pela própria natureza da maternidade, que demanda contato físico e fomenta afeto com a criança, a mãe tem dificuldade de ser um limite. Ela é “cúmplice”, e tal cumplicidade afetiva é de certo modo necessária à sobrevivência da prole, como...









