Na aula passada, começamos a entender o problema que motiva este curso. Em algum momento da história, houve uma desconexão entre o conceito de masculinidade enquanto dado biológico e o de masculinidade como projeto espiritual, ou seja, entre o fato de o homem nascer homem e, ao mesmo tempo, ter a missão de tornar-se homem. Há, com efeito, um substrato natural de masculinidade, mas ele, por si só, não basta. É necessário fazer algo mais.
Como se deu historicamente a referida divisão? É sobre isso que iremos tratar hoje, mediante uma breve recapitulação dos últimos anos. A razão é que talvez nem todos estejam em contato com os setores da internet que têm criado rapazes cada vez mais agressivos, avessos às mulheres e carentes de autoafirmação. Na verdade, temos dois extremos: enquanto o feminismo considera o homem uma construção ideológica que deve ser desconstruída, a “machosfera” virtual o reduz aos impulsos de domínio e sexualidade mais primitivos, ou aos elementos do que se convencionou chamar “masculinidade tóxica”.
Já falamos noutra ocasião do livro The Toxic War on Masculinity, de Nancy Percy, a quem pediremos emprestadas muitas informações. A autora é...









