O homem foi criado para, amando-O de todo coração, ser amigo de Deus; o coração humano, portanto, foi feito para a caridade e, por meio dela, para unir-se com o Senhor na eterna bem-aventurança. Ora, se é este o fim de cada homem, destinado a uma alegria sem fim na glória celeste, então — como temos insistido desde o início — não pode ser outra a finalidade da família e, por conseguinte, do noivado e do namoro. O casamento é justamente um "ensaio" deste amor que somos chamados a ter por Deus; unidos, pois, em santo matrimônio, homem e mulher, por meio de sua mútua doação e abertura à fecundidade, aprendem a amar-se e, neste amor, a refletir um pouco daquela amizade perfeita que teremos com Deus no Céu. Por isso, podemos dizer que o namoro não é senão o início de uma amizade: conhecendo-se aos poucos, os namorados aprendem a amar a Deus um no outro e a ver nele uma alma chamada a um Amor muito mais sublime do que aquele que lhe podemos dar.
Por ser amizade, o namoro supõe, em primeiro lugar, benevolência, isto é, que se deseje sinceramente o bem do outro — mas um bem verdadeiro, no sentido próprio do termo, que exclua quanto possível todo egoísmo; em segundo, a...