Instituição natural e tão antiga como o próprio homem, a família humana tem por finalidade última tornar-se um dia, na glória do Céu, família divina. Ainda que ao longo da história possam variar as circunstâncias e os elementos periféricos que de certo modo a configuram — regime de comunhão de bens, maneira com que se escolhe o cônjuge etc. —, a família está ordenada a um fim ditado não só pela natureza das coisas, mas também, e sobretudo, pelo desejo livre e generoso de Deus, que quer fazer-nos partícipes de sua eterna alegria. E é em função dessa meta — ir para o Céu — que as etapas preparatórias à constituição do núcleo familiar existem. O que costumamos chamar namoro e noivado, com efeito, não devem ser vistos como fases "divertidas" da vida; trata-se, pelo contrário, de uma experiência que, se vivida como convém, representará para o possível casal um tempo de "graça e crescimento na fé", justamente por ser caracterizada pela abertura a "compartilhar um projeto comum dirigido para o futuro" [1], e para um futuro, não custa repetir, eterno.
Por isso, o namoro e o noivado têm de ser encarados com maturidade, como um tempo de conhecimento mútuo, e não de sonhos...