Dando sequência ao nosso curso, iniciaremos, agora, uma série de aulas sobre a virtude da castidade. Mas é importante dizer desde o princípio: não vamos falar aqui de repressão sexual, de neuroses, de recalques. Falaremos do amor, do amor que torna os nossos corações puros, corações que se realizam com o ser castos. Claro que trataremos daquilo que é o egoísmo, a desordem, o trilho da destruição, mas sempre com o objetivo de ensinar o caminho do amor, dessa realidade sublime a que somos chamados.
Quando falamos de amor, porém, precisamos fazer uma distinção, pois essa palavra se aplica a realidades muito diferentes. Por exemplo, podemos chamar de amor a pulsão sexual dos bichos, a natural atração do macho pela fêmea. É um amor tosco, rudimentar, mas é amor [1].
Muito acima disso está — ou deveria estar — o amor do marido pela esposa. Porque o amar cresce com o conhecer. Na relação conjugal, há duas pessoas que se conhecem de um modo superior ao dos animais e fazem a experiência do amor mútuo. Um dono pode amar seu cachorrinho, mas o animal, por dócil e companheiro que seja, nunca amará o homem na mesma medida, pois é incapaz de conhecer como o ser humano...