Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 11, 27-28)
Naquele tempo: Enquanto Jesus falava, uma mulher levantou a voz no meio da multidão e lhe disse: 'Feliz o ventre que te trouxe e os seios que te amamentaram.' Jesus respondeu: 'Muito mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a põem em prática'.
Perante o louvor que se ergue da multidão, longe de desmerecer quem O gerou em seu ventre e O amamentou em seus seios, o Senhor revela por que é realmente bem-aventurada aquela que escolheu por Mãe desde toda a eternidade, dizendo: muito mais feliz é quem ouve a palavra de Deus e a põe em prática. De fato, diante do Anjo anunciante, a Virgem primeiro ouve e crê, depois concebe; com fé plena, concebe primeiro na alma, motivo pelo qual ela é deveras mais feliz — ensina Santo Agostinho (Cf. Sermo 196: PL 38, 1019; Sermo 215, 4: PL 38, 1074; De sancta virginitate, III, 3: PL 40, 397). Ainda que a Anunciação seja já suficiente para dar provas de sua tão excelsa bem-aventurança — pois com fé ouve e acolhe o Verbo de Deus —, foi diante da Cruz de seu divino Filho que a Virgem Corredentora ofereceu um ato de fé ainda maior, um que jamais existiu em criatura alguma, unido à mais firme esperança e ardente caridade. Portanto, embora Abraão seja nosso pai na fé (Rm 4, 11.18; Tg 2, 21), a maior fé foi a de Maria, de quem a graça inicial, recebida de Deus ainda no ventre de Sant'Ana, era já maior que a de todos os anjos e santos e não parou de crescer até sua assunção ao Céu. Sim, ela é a cheia de graça (Lc 1, 28). Por isso, neste sábado, peçamos à Santíssima Virgem Maria, de quem somos descendentes (Gn 3, 15; Jo 19, 26-27; Ap 12, 17), assim como o somos de Abraão, que nos alcance de Deus a graça de uma fé semelhante a sua, para a maior glória de Deus.
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