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Memória de São Pio de Pietrelcina, Presbítero

Por meio do Padre Pio, em cujas chagas vemos participada a Paixão de Jesus Cristo, Deus quis lembrar à Igreja, poucos anos antes de rebentar a maior crise de identidade do clero, em que consiste ser sacerdote: oferente e vítima, celebrante e hóstia.

Texto do episódio
01

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 8, 16-18)

Naquele tempo, disse Jesus à multidão: “Ninguém acende uma lâmpada para cobri-la com uma vasilha ou colocá-la debaixo da cama; ao contrário, coloca-a no candeeiro, a fim de que todos os que entram vejam a luz. Com efeito, tudo o que está escondido deverá tornar-se manifesto; e tudo o que está em segredo deverá tornar-se conhecido e claramente manifesto. Portanto, prestai atenção à maneira como vós ouvis! Pois a quem tem alguma coisa, será dado ainda mais; e àquele que não tem, será tirado até mesmo o que ele pensa ter”.

Celebramos hoje a memória do S. Padre Pio de Pietrelcina, o único sacerdote da história da Igreja que recebeu os estigmas de Nosso Senhor. Esse detalhe, que pode parecer de somenos, tem no entanto um importante significado: por meio do Padre Pio, Deus quis lembrar à Igreja, poucos anos antes de rebentar a maior crise de identidade do clero, em que consiste o sacerdócio católico. Nas chagas do Padre Pio, com efeito, vemos encarnada a vocação a que todo padre é chamado: ser, por e com Jesus Cristo, não só oferente, mas vítima; não só celebrante, mas hóstia. Um padre não é, pois, nem deve ser “animador de festa” ou simples “dirigente da comunidade”, mas um homem, escolhido dentre muitos, para configurar-se ao Senhor, isto é, para realizar em si mesmo, pelo cumprimento dos encargos próprios do seu estado, o mistério pascal de Cristo. É a vida do Padre Pio uma prova cabal disso, já que em seus mais de 50 anos de padre ele não fez outra coisa senão as que todo sacerdote tem de fazer, por serem as notas constitutivas da sua identidade: por um lado, oferecer-se a Deus, unido à Paixão de Cristo, por toda sorte de sacrifícios espirituais e corporais (Missa, oração, jejuns, penitência etc.); por outro, sentar-se longamente no tribunal da Penitência, para que o maior número possível de almas tenha a chance de receber o perdão de Nosso Senhor. É em torno a esses dois eixos que a vida de todo padre, se não quer perder sentido, deve girar: sem eles, a sua vocação se esvazia e se tornarão ineficazes os seus melhores esforços apostólicos. — Que, pela intercessão do Padre Pio, possa a Igreja superar, vitoriosa, a crise moral e espiritual que se abate hoje sobre o clero, e nós, como povo fiel, não deixemos de rezar e nos sacrificar para que os pastores a quem Deus nos confiou se santifiquem continuamente e se tornem, como devem ser, valentes defensores da fé, zelosos custódios da moral, vítimas de agradável odor ao Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, a quem seja dada honra e glória pelos séculos dos séculos. Amém.

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