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Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 20, 27-40)

Naquele tempo, aproximaram-se de Jesus alguns saduceus, que negam a ressurreição, e lhe perguntaram: “Mestre, Moisés deixou-nos escrito: ‘se alguém tiver um irmão casado e este morrer sem filhos, deve casar-se com a viúva a fim de garantir a descendência para o seu irmão’. Ora, havia sete irmãos. O primeiro casou e morreu, sem deixar filhos. Também o segundo e o terceiro se casaram com a viúva. E assim os sete: todos morreram sem deixar filhos. Por fim, morreu também a mulher. Na ressurreição, ela será esposa de quem? Todos os sete estiveram casados com ela”. Jesus respondeu aos saduceus: “Nesta vida, os homens e as mulheres casam-se, mas os que forem julgados dignos da ressurreição dos mortos e de participar da vida futura, nem eles se casam nem elas se dão em casamento; e já não poderão morrer, pois serão iguais aos anjos, serão filhos de Deus, porque ressuscitaram. Que os mortos ressuscitam, Moisés também o indicou na passagem da sarça, quando chama o Senhor o Deus de Abraão, o Deus de Isaac e o Deus de Jacó. Deus não é Deus dos mortos, mas dos vivos, pois todos vivem para ele”. Alguns doutores da Lei disseram a Jesus: “Mestre, tu falaste muito bem”. E ninguém mais tinha coragem de perguntar coisa alguma a Jesus.

Celebramos hoje, com grande alegria, a memória de Santa Cecília, uma das santas virgens e mártires cujo nome se encontra no Cânon romano, na Oração Eucarística I. É uma santa que foi martirizada no início do século III, aproximadamente em 230, e tem uma história prodigiosa de amor à virgindade. 

Santa Cecília, desde a mais tenra idade, converteu-se ao cristianismo e fez um voto de castidade, entregando-se inteiramente a Jesus Cristo como sua esposa, e a partir dessa promessa ela recebeu a graça de ter sempre do seu lado o anjo da guarda, a quem via de forma visível. No entanto, sendo de uma família nobre romana, ela foi obrigada, conforme o costume da época, a desposar um rapaz pagão chamado Valeriano.

Então, na noite de núpcias, ela revelou ao seu marido o seu voto, e que havia um anjo guardião ao seu lado que defenderia a sua virgindade, caso fosse tocada. Prodigiosamente, Valeriano se converteu ao ver a fé de Cecília — certamente foi iluminado por Deus, que lhe deu a intuição clara daquela realidade. Assim, ele foi batizado e também encontrou o seu anjo da guarda, que lhe pediu para guardar sua virgindade. 

Valeriano, em troca da sua prodigiosa transformação interior, nada pediu a Deus a não ser pela conversão do seu irmão Tibúrcio, que mais tarde também se torna cristão. Infelizmente, tempos depois, todos eles — Santa Cecília, São Valeriano e São Tibúrcio — são entregues ao martírio. 

Primeiro, os dois homens foram degolados e, desse modo, entregaram-se em sacrifício de amor a Jesus. Santa Cecília, porém, foi a que mais resistiu. Por ser mulher e, por isso, mais frágil, tentaram convencê-la a abandonar a Deus, mas de nada adiantou: ela não deu um único passo para longe da fé; antes, professou-a convictamente e pediu pela conversão de todos aqueles que a estavam condenando à morte. 

Desse modo, Cecília também foi degolada. Entretanto, conta a tradição que o algoz desferiu três vezes o golpe para lhe cortar o pescoço e, embora Cecília estivesse ferida, ela não morreu. Por isso, como era proibido se executar uma pessoa que não havia falecido depois do terceiro golpe, ela foi “poupada” e, milagrosamente, sobreviveu ainda por três dias, dando um grande testemunho de seu amor e entrega a Jesus.

O corpo de Santa Cecília foi, então, sepultado nas catacumbas de São Calixto, e posteriormente na Basílica de Santa Cecília, em Roma, a qual — diz a tradição — foi construída no lugar onde viveram os três santos. Inclusive, escavações comprovam que, de fato, havia uma casa romana antiga por debaixo da Basílica, mostrando que realmente esses acontecimentos têm sua base na história e que Santa Cecília está na raiz das devoções mais antigas do católico romano. 

Por fim, é relevante ressaltar que ela viveu numa época em que ser cristão era crime e a Igreja não tinha liberdade para prestar culto a Deus. Portanto, nós, que vivemos num tempo em que ser cristão chega a ser uma “ofensa” para a sociedade atual, peçamos a esta pura mulher a coragem e a fortaleza de nunca negarmos a Deus e de levarmos outras pessoas para o caminho do Céu. Santa Cecília, rogai por nós!

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