Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 18, 1-8)
Naquele tempo, Jesus contou aos discípulos uma parábola, para mostrar-lhes a necessidade de rezar sempre, e nunca desistir, dizendo: "Numa cidade havia um juiz que não temia a Deus, e não respeitava homem algum. Na mesma cidade havia uma viúva, que vinha à procura do juiz, pedindo: 'Faze-me justiça contra o meu adversário!' Durante muito tempo, o juiz se recusou. Por fim, ele pensou: 'Eu não temo a Deus, e não respeito homem algum. Mas esta viúva já me está aborrecendo. Vou fazer-lhe justiça, para que ela não venha agredir-me!'" E o Senhor acrescentou: "Escutai o que diz este juiz injusto. E Deus, não fará justiça aos seus escolhidos, que dia e noite gritam por ele? Será que vai fazê-los esperar? Eu vos digo que Deus lhes fará justiça bem depressa. Mas o Filho do homem, quando vier, será que ainda vai encontrar fé sobre a terra?"
Que devamos rezar sem cessar, conforme o mandamento do Senhor, é algo que todos, ao menos em teoria, aceitamos, mas de que poucos, na prática, estão convencidos. A oração, no entanto, é uma necessidade tão vital ao homem que Santo Afonso Maria de Ligório, resumindo-o numa fórmula expressiva, pôde dizer: "Quem reza se salva; quem não reza se condena" (A Oração, n. 28). Precisamos rezar, porque, ao contrário do que defendia Pelágio, precisamos da graça interna e sobrenatural de Deus para podermos realizar qualquer obra salutar. A natureza e força meramente humanas, com efeito, não nos bastam por si sós para vivermos em santidade e sem pecado, isto é, do modo que nos convém à consecução da bem-aventurança eterna. Necessitamos, portanto, do socorro divino, já que nada podemos fazer sem Aquele do qual somos simples sarmentos (cf. Jo 15, 1-5). Ora, como receberíamos dEle as mercês de que precisamos se não as pedíssemos com humildade e confiança? Como, enfim, poderíamos perseverar na justiça de Deus se Ele, por um auxílio especial, não consumasse a boa obra em nós começada (cf. Fil 1, 6)? Rezemos, pois, sem nunca desfalecer; comecemos hoje mesmo a ter uma vida de maior intimidade com o Senhor, a fim de lhe manifestarmos humildemente a nossa miséria e indigência, na confiança de que Ele, como juiz cheio de compaixão, há de fazer-nos "justiça bem depressa".
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