CNP
Christo Nihil Præponere"A nada dar mais valor do que a Cristo"
Todos os direitos reservados a padrepauloricardo.org®
Texto do episódio

Texto do episódio

imprimir

Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 19, 45-48)

Naquele tempo, Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores. E disse: “Está escrito: ‘Minha casa será casa de oração’. No entanto, vós fizestes dela um antro de ladrões”. Jesus ensinava todos os dias no Templo. Os sumos sacerdotes, os mestres da Lei e os notáveis do povo procuravam modo de matá-lo. Mas não sabiam o que fazer, porque o povo todo ficava fascinado quando ouvia Jesus falar.

No Evangelho de hoje, Jesus purifica o Templo de Jerusalém. O episódio tem início no v. 45 do capítulo 19 de S. Lucas, que nos apresenta um Cristo de semblante irado, dizendo aos vendilhões: “Minha casa será casa de oração”. Mas para entendermos a fundo esta ira do Senhor, convém reler os vv. que precedem imediatamente esta cena, nos quais o evangelista retrata o choro sentido de Cristo pela Cidade Santa, depois de ter nela entrado triunfalmente no Dia de Ramos. “Aproximando-se ainda mais”, escreve S. Lucas, “Jesus contemplou Jerusalém e chorou sobre ela” (v. 41), acrescentando em seguida o prenúncio e a causa de sua ruína: “Virão sobre ti dias em que os teus inimigos te cercarão de trincheiras, te sitiarão e te apertarão de todos os lados […], porque não conheceste o tempo em que foste visitada” (v. 43s), isto é, o tempo oportuno (καιρὸς τῆς ἐπισκοπῆς) em que, revestido de carne, a visitou o seu Senhor e Salvador. Aqui se vê, antes de tudo, um contraste claro entre a recepção que teve Cristo em Jerusalém, por um lado, e a que teve em casa de Zaqueu, por outro: à casa deste, por ter sido Ele acolhido com fé, chegou a salvação, mas não a Jerusalém, porque não o soube e não o quis reconhecer: “Oh! Se também tu, ao menos neste dia que te é dado, conhecesses o que te pode trazer a paz!…  Mas não, isso está oculto aos teus olhos (v. 42). Eis por que Jesus chora amargamente, em soluços e clamores, e é este mesmo coração, atravessado de compaixão pelo destino dos que tanto ama, que hoje toma o chicote para purgar o Templo: “Jesus entrou no Templo e começou a expulsar os vendedores” (v. 45). Jesus, portanto, não se ira nem castiga por descontrole, por impaciência, por prepotência, mas por amor, como uma tentativa, talvez a última e mais drástica, de trazer à razão os que vê perdidos e afundados no pecado. Também sobre nós chora Ele muita vez, e se às vezes sentimos os golpes do seu azorrague, não é porque não nos ama, senão que é justamente por nos amar que nos castiga. Que o seu choro seja eficaz em nossas vidas e as suas lágrimas fecundem a terra árida do nosso coração, a fim de reconhecermos o tempo oportuno, o tempo da visita, este tempo único que temos de vida para, como Zaqueu, o acolhermos como Salvador e, arrependidos, satisfazermos todas as nossas dívidas.

Material para Download
Texto do episódio
Material para download
Comentários dos alunos

Comentários

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Se achar algo que viole os termos de uso, denuncie. Leia as perguntas mais frequentes para saber o que é impróprio ou ilegal.