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Homilia Dominical
8 Jul 2016 - 27:22

A parábola do Bom Samaritano

Com a parábola do Bom Samaritano, Jesus não ensina apenas a importância de aproximarmo-nos de nossos irmãos. Mais que uma lição moral, Ele fala da história de nossa salvação; do homem que se perde no caminho e é resgatado pelas mãos de alguém que ama com um coração puro e o leva para a santa hospedaria, ou seja, a Igreja.
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Homilia Dominical - 8 Jul 2016 - 27:22

A parábola do Bom Samaritano

Com a parábola do Bom Samaritano, Jesus não ensina apenas a importância de aproximarmo-nos de nossos irmãos. Mais que uma lição moral, Ele fala da história de nossa salvação; do homem que se perde no caminho e é resgatado pelas mãos de alguém que ama com um coração puro e o leva para a santa hospedaria, ou seja, a Igreja.
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Lucas
(Lc 10, 25-37)

Naquele tempo, um mestre da Lei se levantou e, querendo pôr Jesus em dificuldade, perguntou: "Mestre, que devo fazer para receber em herança a vida eterna?"

Jesus lhe disse: "O que está escrito na Lei? Como lês?" Ele então respondeu: "Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração e com toda a tua alma, com toda a tua força e com toda a tua inteligência; e ao teu próximo como a ti mesmo!"

Jesus lhe disse: "Tu respondeste corretamente. Faze isso e viverás".

Ele, porém, querendo justificar-se, disse a Jesus: "E quem é o meu próximo?"

Jesus respondeu: "Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e caiu na mão de assaltantes. Estes arrancaram-lhe tudo, espancaram-no, e foram-se embora, deixando-o quase morto.

Por acaso, um sacerdote estava descendo por aquele caminho. Quando viu o homem, seguiu adiante, pelo outro lado.

O mesmo aconteceu com um levita: chegou ao lugar, viu o homem e seguiu adiante, pelo outro lado.

Mas um samaritano, que estava viajando, chegou perto dele, viu e sentiu compaixão. Aproximou-se dele e fez curativos, derramando óleo e vinho nas feridas. Depois colocou o homem em seu próprio animal e levou-o a uma pensão, onde cuidou dele. No dia seguinte, pegou duas moedas de prata e entregou-as ao dono da pensão, recomendando: 'Toma conta dele! Quando eu voltar, vou pagar o que tiveres gasto a mais'".

E Jesus perguntou: "Na tua opinião, qual dos três foi o próximo do homem que caiu nas mãos dos assaltantes?" Ele respondeu: "Aquele que usou de misericórdia para com ele". Então Jesus lhe disse: "Vai e faze a mesma coisa".

*

A Liturgia deste domingo apresenta-nos a famosa parábola do "Bom Samaritano", cujo texto serviu de inspiração para a logomarca do Jubileu da Misericórdia.

Numa primeira leitura dessa parábola, vemos que Jesus deseja realçar a importância da proximidade que devemos manifestar pelos nossos irmãos, ainda que sejam nossos inimigos. O judeu assaltado é acolhido por quem ele menos esperava: um samaritano desconhecido; alguém que, por tradição, deveria ignorá-lo, dada a inimizade que existia entre seus povos.

Mas esse é somente o significado literal da parábola do Bom Samaritano. Mais que um ensinamento moral, Jesus fala-nos da história de nossa salvação.

Na interpretação dos Padres da Igreja, o judeu que caminha de Jerusalém para Jericó é figura da humanidade que desce da Cidade Santa para o lugar da perdição. Neste itinerário, ele é atacado por assaltantes (os demônios), que quase lhe roubam a vida. O sacerdote e o levita — ou seja, os profetas do Antigo Testamento — nada podem fazer de verdadeiramente eficaz para salvá-lo. Então, é do samaritano — imagem de Jesus — que vem o auxílio redentor. Depois de socorrê-lo, esse samaritano o encaminha para uma hospedagem — a Igreja —, onde poderá receber o devido tratamento.

A grande desgraça do povo do Antigo Testamento era a sua incapacidade de cumprir os mandamentos da lei divina com um coração amoroso: "Esse povo vem a mim apenas com palavras e me honra só com os lábios, enquanto seu coração está longe de mim e o temor que ele me testemunha é convencional e rotineiro" (Is 29, 13). É assim que o profeta Ezequiel anuncia a vinda de um salvador, que traria um novo espírito e um novo fervor: "Tirar-vos-ei do peito o coração de pedra e dar-vos-ei um coração de carne" (36, 26).

Com a parábola do Bom Samaritano, Jesus coloca-se como aquele que traz um "novo coração", capaz de compadecer-se pelos sofrimentos alheios e aliviá-los. Ele, além disso, capacita os demais a amar o próximo, socorrendo-os em suas misérias, na grande hospedaria que é a Igreja, onde estão os sacramentos. Na pessoa de Jesus, os homens podem cumprir os mandamentos de Deus e louvá-lO não somente com os lábios, como no Antigo Testamento, mas também com a alma.

Essa misericórdia manifestada por Cristo impele-nos a agir também com a mesma caridade da qual fomos objetos. Jesus consola-nos com o seu óleo e nos inquieta com seu vinho, motivando-nos a uma mudança radical de vida.

Neste Ano da Misericórdia, deixemos o Bom Samaritano curar nossos corações do pecado para que, com esse mesmo amor, também saibamos curar as chagas de nossos irmãos.

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