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É por isso que o mundo nos odeia!

“‘O servo não é maior que seu senhor’. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós. Se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Tudo isto eles farão contra vós por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou.”

Texto do episódio
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Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João
(Jo 15, 18-21)

Naquele tempo, disse Jesus aos seus discípulos: “Se o mundo vos odeia, sabei que primeiro me odiou a mim. Se fôsseis do mundo, o mundo gostaria daquilo que lhe pertence. Mas, porque não sois do mundo, porque eu vos escolhi e apartei do mundo, o mundo por isso vos odeia.
Lembrai-vos daquilo que eu vos disse: ‘O servo não é maior que seu senhor’. Se me perseguiram a mim, também perseguirão a vós. Se guardaram a minha palavra, também guardarão a vossa. Tudo isto eles farão contra vós por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou”.

No Evangelho de hoje, Jesus, na intimidade do Cenáculo, começa a falar do mundo que o odeia e, portanto, odiará também a nós, cristãos.

Mas por que, quando decidimos seguir a Deus, o mundo nos persegue? Uma razão básica é respondida pela Primeira Carta de São João, onde diz que no mundo não há outra coisa “a não ser a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida” (1Jo 2, 16). 

O que isso quer dizer na prática? Vejamos, em primeiro lugar, do que se trata a concupiscência da carne. Ela é o nosso desejo carnal, ou seja, o desejo de comer, de sentir prazer, de ter relações sexuais, entre outras vontades mundanas que sentimos. O único jeito de combatê-la é entrando no amor de Deus, transcendendo tudo o que o mundo nos oferece e desejando estar apenas com o Senhor. Contudo, este nobre ato, por si mesmo, já causa uma repulsa nas pessoas que só querem satisfazer a carne, e somos acusados de fanáticos e loucos.

 O segundo ponto que São João elenca é a concupiscência dos olhos. Ora, não é necessário investigarmos muito para descobrir do que ela se trata; basta vermos o mundo atual, que gasta muitas e muitas horas apenas em entretenimentos fúteis na televisão, na internet, em redes sociais como Whatsapp e Instagram… ficamos procurando sem parar por alguma novidade. Esse grave problema também nos leva ao consumismo, ao materialismo e à avareza, onde não conseguimos ver, por exemplo, um produto numa vitrine sem já querer comprá-lo. Aqui, juntam-se ambas as concupiscências, que resultam em uma realidade mundana e longe de Deus. 

Todo aquele que ama Nosso Senhor decide abandonar o mundo, procurando Jesus dentro de si e amando-o em seus irmãos. Fazendo isso, desaparece de nossas vidas a terceira realidade que existe no mundo: a soberba da vida, ou seja, nosso orgulho mesquinho. O nosso “eu” torna-se humilde, a tal ponto que nos dispomos a morrer pelos nossos irmãos, pois sabemos que dessa forma estaremos dando a vida por Cristo. 

Essa realidade é que faz concretamente com que sejamos diferentes dos outros, e por isso Jesus diz no Evangelho que somos tirados do mundo. Existe de alguma forma uma diferença no cristão, pois ele foi tirado da dinâmica da concupiscência da carne, da concupiscência dos olhos e da soberba da vida. Porém, se ainda estamos enredados nesta realidade, não somos cristãos plenamente. 

Portanto, não nos assustemos se formos perseguidos por causa de nossa fé, porque são exatamente os maus cristãos que não são minimamente perseguidos. Existem duas raças de cristãos: os aparentes e os verdadeiros. Os cristãos de aparência continuam no mundo, possuindo apenas uma expressão externa de cristianismo, como um sepulcro caiado. Hoje em dia, muitos querem evangelizar as pessoas de modo que elas continuem tranquilas em seu comodismo burguês, sem precisar mudar de vida: “Não podemos exigir demais das pessoas! Temos que atraí-las para a Igreja”. 

Não é assim que funciona! A finalidade da Igreja não é encher os seus templos, mas encher o Céu. Então, é insanidade usarmos “técnicas de marketing” para sermos simpáticos ao mundo, apenas para lotar nossas igrejas. É necessário compreender que a evangelização verdadeira significa ruptura com o mundo, com a concupiscência da carne, a concupiscência dos olhos e a soberba da vida. 

Portanto, ser cristão verdadeiro quer dizer que a nossa própria presença já será um incômodo para aqueles que são mundanos. “O servo não é maior que o seu senhor. Perseguiram a mim, perseguirão também a vós” (Jo 15, 20). Mas não nos entristeçamos: permanecendo com Cristo, Ele permanecerá do nosso lado, cuidando de cada passo que dermos e nos proporcionando uma felicidade impossível de ser alcançada neste mundo.

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RC
Robson Cola
26 Mai 2025

O Católico de IBGE, após assistir a Missa de Domingo, vai para casa assistir FlaxFlu, faz um churrasco na laje com a família, e enche a cara de cerveja! Mesmo tendo comungado...

Responder
AP
Alcione Paula
24 Mai 2025

ótima homilia separando o cristão verdadeiro do aparente

Responder
JC
July Cavalcante
24 Mai 2025

bom dia. Homilia maravilhosa. Muito obrigada, padre Paulo.

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Comentários dos alunos