Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São Mateus
(Mt 9, 35—10, 1.6-8)
Naquele tempo, Jesus percorria todas as cidades e povoados, ensinando em suas sinagogas, pregando o Evangelho do Reino, e curando todo tipo de doença e enfermidade. Vendo Jesus as multidões, compadeceu-se delas, porque estavam cansadas e abatidas, como ovelhas que não têm pastor. Então disse a seus discípulos: “A Messe é grande, mas os trabalhadores são poucos. Pedi, pois, ao dono da messe que envie trabalhadores para a sua colheita!”. E, chamando os seus doze discípulos deu-lhes poder para expulsarem os espíritos maus e para curarem todo tipo de doença e enfermidade. Enviou-os com as seguintes recomendações: “Ide, antes, às ovelhas perdidas da casa de Israel! Em vosso caminho, anunciai: ‘O Reino dos Céus está próximo’. Curai os doentes, ressuscitai os mortos, purificai os leprosos, expulsai os demônios. De graça recebestes, de graça deveis dar!”
Estamos no tempo do Advento, um período marcado pela presença de Deus entre nós, isto é, a visita de Deus. É exatamente isso que expressa a palavra grega parousia — que quer dizer presença, chegada —: Deus está em nossas vidas e sua presença se manifesta através de diversas vindas.
A primeira vinda de Cristo aconteceu no Natal; a última acontecerá no fim dos tempos, e o Evangelho de hoje nos coloca diante de uma vinda para a qual não estamos sempre atentos: é a vinda de Cristo através dos seus Apóstolos. Jesus, no final do capítulo 9 e início do capítulo 10 do Evangelho de São Mateus, olha para o povo e percebe que são como ovelhas sem pastor. Então, Ele pede que nós insistentemente oremos e escolhe os seus Doze Apóstolos, enviando-os em missão.
Os Apóstolos são uma presença do próprio Cristo, e é isso que está por trás do Sacramento da Ordem. Quando um católico se aproxima de um sacerdote ou de um bispo e beija-lhe a mão ou o anel, ele sabe que não está simplesmente venerando uma pessoa humana, mas uma Pessoa divina, escondida no véu do Sacramento. É exatamente isso que quer dizer a palavra “apóstolo”: um emissário; uma pessoa que representa outra — e aqui, o termo “representa” está sendo usada em seu sentido mais forte; uma “presença outra vez”. Como São Paulo disse aos coríntios: “Eu vos suplico, como embaixador de Cristo: deixai-vos reconciliar com Deus” (2Cor 5, 20).
Deus está presente nos sacerdotes e nos bispos, sucessores dos Apóstolos. Por isso, neste tempo de Advento em que nós pedimos pela vinda de Jesus, também devemos pedi-la através de seus enviados. E todos nós, inclusive os pastores da Igreja, somos chamados a professar a fé no fato de que Cristo está presente em nossas vidas, compreendendo verdadeiramente que Nosso Senhor está conosco de uma forma que não conseguimos sentir, mas que podemos crer para viver a altura da nossa vocação e sermos presença de Cristo na vida das pessoas.
Desse modo, o tempo do Advento é um momento de celebrarmos a vinda e a presença de Cristo em nossas vidas, também por meio de seus sagrados pastores, que administram os Sacramentos, os quais são uma forma extraordinária de Jesus nos tocar com a sua divina humanidade. Rezemos, pois, para que haja cada vez mais e mais santas vocações de homens que, não apenas sacramentalmente, mas também em sua santidade de vida, sejam um raio de luz que ilumina os nossos dias.




























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